
Foto: Josenildo Costa/CMCG
A Câmara Municipal de Campina Grande aprovou durante a sessão
ordinária desta quinta-feira, 24, o Projeto de Lei nº 402/2025, de autoria do
Poder Executivo, que dispõe sobre a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) para
o exercício de 2026. A matéria estabelece as metas e prioridades da gestão
municipal para o próximo ano, além de orientar a elaboração do orçamento
público. A LDO é um instrumento fundamental de planejamento governamental e
servirá de base para a formulação da Lei Orçamentária Anual (LOA) de 2026, que
deverá ser discutida, apreciada e votada pelo Legislativo.
A sessão foi presidida pelo vereador Saulo Noronha e
secretariada pelo vereador Rafafá, contando com a participação dos
parlamentares no expediente e, em seguida, na apreciação das matérias
legislativas. Durante os debates, foi destacada a apresentação da Emenda nº 001
ao PL nº 402/2025, proposta pela bancada de oposição, que tratava da inclusão
das emendas impositivas ao projeto da LDO. O parecer da Comissão de Finanças,
Orçamento, Fiscalização Financeira e Controle apontou a constitucionalidade da
emenda, contudo, a matéria foi rejeitada por unanimidade em plenário.
O vereador Luciano Breno, apesar de ter se manifestado
favorável à institucionalização das emendas impositivas e de reconhecer a
constitucionalidade da proposta, encaminhou voto contrário devido à
discordância com o percentual sugerido pela oposição. Segundo Breno, houve
tentativa de diálogo entre o chefe do Poder Executivo e a bancada de oposição,
no intuito de rever o percentual, mas sem êxito.
A vereadora Fabiana Gomes e Ivonete Ludgério, assim como os
vereadores Alexandre Pereira e Rafafá, também defenderam a importância das
emendas impositivas, mas apontaram a inviabilidade do percentual proposto e a
ausência de acordo entre os poderes. Ivonete destacou que a proposta deve estar
alinhada com a realidade orçamentária do município. Já Alexandre Pereira
afirmou que, mesmo com voto contrário à emenda, acredita que a implantação do
modelo é viável, visto que já é adotado em municípios menores, ressaltando a
necessidade de diálogo institucional.
A emenda foi rejeitada por todos os vereadores presentes. Já
o Projeto de Lei nº 402/2025, que trata da LDO 2026, foi aprovado com 12 votos
absolutos, representados pelos vereadores Saulo Germano, Luciano Breno, Rafafá,
Alexandre Pereira, Severino da Prestação, Frank Alves, Dinho Papa-Léguas, Carol
Gomes, Fabiana Gomes, Pâmela Vital, Ivonete Ludgério (bancada de situação),
além do vereador Márcio da Eletropolo, integrante da bancada de oposição.

Foto: Josenildo Costa/CMCG
Tribuna
A vereadora Carol Gomes fez um alerta sobre o aumento dos
índices de infestação do mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue, zika
vírus e chikungunya, destacando a necessidade de reforçar ações preventivas. Na
ocasião, mencionou o Projeto de Lei de sua autoria já aprovado pela Casa,
intitulado “Sexta-feira da Faxina”, que propõe a realização, uma vez ao mês, de
ações de limpeza em pontos estratégicos da cidade, conforme os dados de risco
identificados pela vigilância sanitária. A proposta visa combater a
proliferação do mosquito, promover saúde e mobilizar as comunidades. A
parlamentar também convidou os demais vereadores a engajarem suas redes sociais
como forma de conscientização da população. Ao final de sua fala, Carol
homenageou a quadrilha Moleca Sem Vergonha, que promoveu um evento no fim de
semana, fomentando a cultura local e movimentando a economia, assim como os
responsáveis pela realização do tradicional Arraiá do Quarenta, envolvendo
crianças da comunidade e valorizando as tradições juninas.
O vereador Alexandre Pereira disse que circula uma
informação que o governador da Paraíba deverá assinar ordens de serviço
relativas a dois convênios com hospitais da cidade — Hospital HELP e Hospital
Antônio Targino — mas lembrou que em 2023 houve promessa não cumprida de construção
de uma policlínica em frente à UPA do Alto Branco. Para o parlamentar, o
governo estadual tem apresentado projetos que não saem do papel e criticou a
falta de efetividade na gestão, especialmente em áreas como emprego e renda.
Alexandre mencionou que, atualmente, a Paraíba só apresenta melhores
indicadores que os estados do Piauí e Maranhão, reforçando o argumento de má
gestão. Também criticou a decisão do governo estadual de concentrar os
tratamentos oncológicos no Hospital Napoleão Laureano, em João Pessoa, após o
descredenciamento de unidades oncológicas no Alto Sertão, o que tem causado
superlotação e prejuízos à população sertaneja.
O vereador Rafafá parabenizou a aprovação das contas do
chefe do Executivo e elogiou o trabalho de todo o secretariado municipal. Em
seguida, destacou a atuação da Secretaria de Educação, mencionando com orgulho
a participação de estudantes da rede pública na Olimpíada Internacional de
Matemática da Ásia (AIMO 2025), em Tóquio, ressaltando o compromisso da gestão com
a qualidade do ensino.
O vereador Frank Alves manifestou apoio à votação nacional
que trata do piso salarial dos fisioterapeutas, que está em tramitação na
Câmara dos Deputados. Ele reconheceu a importância desses profissionais para a
saúde e destacou a relevância da aprovação da matéria para valorização da
categoria.
O vereador Saulo Noronha trouxe à tribuna a preocupação com
o recente descredenciamento do plano de saúde UNIMED em hospitais importantes
da cidade, como o Hospital Santa Clara, Hospital da Clipsi e Hospital Antônio
Targino. O parlamentar propôs a realização de uma audiência pública com
representantes da UNIMED e das unidades hospitalares, com o objetivo de
discutir os impactos da medida, tanto para os usuários do plano quanto para os
profissionais de saúde que temem a perda de seus postos de trabalho.
A proposta foi apoiada por Rafafá, que levantou o alerta de
que a situação pode configurar uma espécie de “venda casada”, restringindo a
escolha do consumidor a uma única unidade hospitalar. O vereador Alexandre
Pereira também se manifestou, sugerindo a ampliação da discussão e questionando
se o hospital da UNIMED possui estrutura suficiente para atender toda a demanda
de beneficiários da cidade. As vereadoras Fabiana Gomes, Carol Gomes e Ivonete
Ludgério também se mostraram favoráveis à realização da audiência pública,
destacando a importância de ouvir a UNIMED e compreender se a medida é
temporária ou parte de uma estratégia mais ampla da operadora de saúde.
Para acompanhar a sessão completa, acesse o Canal Oficial do
youtube (@camaracgoficial). Confira também o andamento das matérias que
tramitam no SAPL – Sistema de Apoio ao Processo Legislativo.
DIVICOM/CMCG