
Foto: Josenildo Costa/CMCG
A Câmara Municipal de Campina Grande realizou sessão,
presidida pelos vereadores Saulo Germano e Dinho Papa-Léguas, e secretariada
por Rafafá, marcada por pronunciamentos na tribuna, com destaque para reivindicações
na área da educação, saúde e sinalização urbana. No espaço da Tribuna Livre, a professora
Dra. Isabelle de Araújo Pires usou a tribuna para celebrar aprovação da criação
do Dia Municipal da Alfabetização, instituído pelo Projeto de Lei n.º 51/2025,
de autoria do vereador Olimpio Oliveira. Ela considerou a data como um marco
político e social em defesa da infância e agradeceu ao vereador pela
sensibilidade ao reconhecer a urgência da pauta.
A professora destacou que, além do Dia Nacional (14 de
novembro) e do Dia Mundial da Alfabetização (8 de setembro), instituído pela
UNESCO, Campina Grande passa a contar com o 12 de agosto como data oficial em
seu calendário. Segundo ela, mais do que um evento pontual, a data representa
um chamado à ação.
Isabelle também apresentou dados alarmantes, que apontam que
mais de 11 milhões de brasileiros com 15 anos ou mais ainda não sabem ler nem
escrever. Na Paraíba, em 2021, apenas 34% das crianças estavam alfabetizadas ao
final do 2º ano do ensino fundamental. Em 2023, esse índice chegou a 61%,
representando o maior avanço do país. Campina Grande teve um crescimento
superior a 13%.
Apesar dos avanços, questionou “O que dizer das 4 em cada 10
crianças que ainda não aprenderam a ler e escrever com autonomia?”. A
professora citou dados da UNESCO, segundo os quais 80% dos jovens que concluem
o ensino fundamental II no Brasil são analfabetos funcionais. Concluindo, a
professora Isabelle ressaltou que o projeto traz a chance de responder com
ações e não apenas discursos e que a data nasce em Campina para a cidade
lembrar que alfabetizar uma criança é romper o ciclo da pobreza e abrir portas
da cidadania.

Foto: Josenildo Costa/CMCG
Após a fala da oradora, o vereador Olimpio Oliveira, autor
da proposta, destacou a felicidade de uma cidade que tem uma educadora do porte
da Dra Isabelle de Araújo Pires. Em seguida, disse que se emociona com a fala
da professora, pois sabe do entusiasmo com que ela se dedica a esta causa. O
vereador também mencionou a sua professora Inácia Ramos, que lhe ensinou a ler,
e o amigo Aderaldo Tavares, que despertou nele o gosto pela leitura. Olimpio
frisou que a professora Isabelle dedica sua vida à causa da alfabetização,
atuando como educadora, escritora e formadora, e reafirmou sua alegria em poder
contribuir para a formalização de uma pauta tão relevante e para os objetivos
da professora. Em reconhecimento à sua atuação, fez entrega de uma moção de
aplausos pela publicação de seu novo livro e pelas contribuições prestadas à
educação de Campina Grande e da Paraíba.
O vereador Pimentel Filho também elogiou a fala da
professora e parabenizou pela clareza ao abordar uma temática tão urgente.
Lamentou os altos índices de analfabetismo e analfabetismo funcional no Brasil,
e criticou a política de aprovação automática de alunos que não possuem o
domínio necessário das competências educacionais. Para ele, a correção dessa
política pelo Ministério da Educação foi um avanço importante, pois os dados
irreais comprometem a formulação de políticas públicas eficazes e dificultam o
enfrentamento dos problemas reais da educação brasileira.
O vereador Rafafá utilizou a palavra para agradecer
pessoalmente à professora Isabelle. Disse sentir-se honrado por tê-la tido como
professora no ensino médio e destacou o quanto aprendeu com ela em sala de
aula. Ressaltou o privilégio de ter sido aluno de uma profissional tão
comprometida com a educação e reconheceu a importância do momento registrado na
Câmara.
O vereador Alexandre Pereira também parabenizou a professora
pela dedicação à causa da alfabetização e pela trajetória acadêmica. Destacou o
orgulho que é para o município contar com profissionais da competência de
Isabelle e aproveitou para elogiar a gestão do secretário de Educação, Eduardo
Asfora, e de toda a equipe, afirmando que eles têm conseguido reduzir a
distância entre as escolas públicas e particulares em termos de qualidade e
estrutura.
DIVICOM/CMCG