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09/08/2025

Mulher que matou o marido, foi para a igreja e na volta concretou o corpo em baixo da cama é condenada a mais de 10 anos de prisão



Foto: Joubert Oliveira/TJMG


A diarista Kátia Regina Silvério foi condenada em sessão do Tribunal do Júri, nesta sexta-feira (8/8), a 10 anos, seis meses e 15 dias de prisão em regime inicialmente fechado pelo assassinato do marido, Marcos Antônio Soares. Ela concretou o corpo embaixo da cama do casal, na Rua Zumbi dos Palmares, na Ocupação Rosa Leão, na Região Norte de Belo Horizonte, logo após ela voltar da igreja.

 

O crime aconteceu na noite de 29 para 30 de outubro de 2022. O corpo foi encontrado em 6 de novembro. Kátia manteve a confissão do assassinato durante o julgamento, pois já tinha assumido a responsabilidade pelo crime ao ser presa em 25 de janeiro de 2023.

 

O Conselho de Sentença considerou que Kátia cometeu os crimes de homicídio qualificado e ocultação de cadáver. O juiz Luiz Felipe Sampaio Aranha expediu o mandado de prisão. Kátia aguardava o julgamento em liberdade, mas, devido à condenação, saiu presa do fórum. O juiz negou a ela o direito de recorrer em liberdade.

 

Segundo a assessoria do fórum, Kátia disse que o início do namoro com a vítima foi tranquilo, mas, com o tempo, passou a ser agredida verbal e fisicamente. Afirmou ainda que ele era muito ciumento e que, por isso, terminaram e voltaram com o relacionamento diversas vezes. O casal, segundo contou, não tinha restrições ao celular um do outro e, assim, ela descobriu que Marcos tinha uma amante. Logo, quando percebeu, já estava em cima do companheiro o enforcando.

 

Com isso, o Conselho de Sentença acolheu a tese da defesa de homicídio privilegiado, previsto no artigo 121, § 1º, do Código Penal, em função de o crime ter sido “cometido sob o domínio de violenta emoção, logo após injusta provocação da vítima”.

 

Vítima sofria violências frequentes

 

A Polícia Civil apurou, na ocasião, que a vítima sofria violências frequentes no relacionamento. Marcos tinha um porte físico mais franzino, enquanto a companheira era mais forte e se valia disso para agredi-lo. O casal estava junto há cerca de 18 anos e tinha três filhos que, à época, tinham 9, 13 e 17 anos.

 

A investigação revelou que o motivo das agressões frequentes era, principalmente, ciúmes, e que a mulher sempre ia atrás de informações sobre possíveis traições do marido. Familiares da vítima classificaram como “perseguição” a forma com que a suspeita agia.

 

No dia do crime, com o homem sentado na cama, a mulher partiu para cima dele e começou a estrangulá-lo até ele perder a consciência. Primeiro, ela usou as mãos e, depois, um fio de carregador de telefone celular. Ao ver que o objeto utilizado não surtia mais efeito, ela passou a utilizar um pedaço de pano para impedir que a vítima voltasse a respirar.

 

Mulher foi à igreja após o crime

 

Segundo a PC, logo após o homicídio, a mulher colocou o corpo do marido debaixo da cama do casal e foi para uma igreja. Voltando para casa e sentindo-se perdoada, decidiu concretar o cadáver a fim de acobertar o crime.

 

Ela continuou dormindo no local por cerca de uma semana. Um dos filhos começou, então, a questionar o paradeiro do pai. A mulher, então, fugiu.

 

O corpo foi encontrado pelo pai da suspeita após ele ir até a casa da mulher para buscar roupas para os filhos, deixados às pressas aos seus cuidados.

 

Conforme o estado de decomposição do corpo foi avançando, o cadáver começou a inchar, causando a ruptura da estrutura de concreto e, consequentemente, mau cheiro. Com isso, o pai da mulher acabou encontrando o corpo do genro.

 

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