
Foto: Reprodução/Redes Sociais
O empresário Renê da Silva Nogueira Junior, de 47 anos,
preso em flagrante na segunda-feira (11) suspeito de matar o gari Laudemir de
Souza Fernandes, de 44, se apresentava no Linkedin como diretor de Negócios de
uma rede de alimentos. O caso ocorreu em Belo Horizonte, capital de Minas
Gerais.
Na biografia do perfil, o empresário se declarava como
"CEO, vice-presidente, diretor executivo e diretor comercial". Em
contato com a CNN, a instituição nega e diz que ele "havia iniciado a
prestação de serviços há menos de duas semanas".
Além disso, ele escreve na descrição da carreira
profissional da rede que possui "27 anos de experiência executiva no setor
de alimentos e bebidas".
"Tenho um histórico comprovado de gerar crescimento
exponencial e liderar transformações organizacionais complexas nas maiores
corporações do mercado", complementa Renê.
Já no Instagram, que está desativado, o empresário tinha
quase 30 mil seguidores. Na biografia, ele se descrevia como "cristão,
marido, pai e patriota". De acordo com a Itatiaia, Renê é casado com uma
delegada da Polícia Civil de Minas Gerais.
Prisão do empresário
A Polícia Civil realizou a prisão em flagrante de Renê pelos
crimes de ameaça e homicídio qualificado, por motivo fútil e uso de recurso que
dificultou ou impossibilitou a defesa do gari.
De acordo com a Polícia Militar, o crime ocorreu por volta
das 9h03, na Rua Modestina de Souza, bairro Vista Alegre. Laudemir trabalhava
na coleta de resíduos quando um veículo BYD de cor cinza parou no sentido
contrário ao caminhão e o condutor se irritou, alegando que o veículo
atrapalhava o trânsito.
Armado, Renê apontou a arma para a motorista do caminhão e
ameaçou “dar um tiro na cara” dela.
Testemunhas relataram que, ao ultrapassar o caminhão, René
desembarcou com a arma em punho, deixou o carregador cair, recolocou-o, fez o
manejo e disparou contra Laudemir. O disparo atingiu a região das costelas do
lado direito, atravessou o corpo e se alojou no antebraço esquerdo.
A vítima foi socorrida com sinais vitais ao Hospital Santa Rita,
em Contagem, mas morreu momentos depois por hemorragia interna, segundo a
médica responsável pelo atendimento. O corpo foi levado ao Instituto
Médico-Legal (IML) e liberado aos familiares.
No local, a perícia recolheu um cartucho intacto e outro
deflagrado, ambos calibre .380. Câmeras de segurança não foram encontradas na
área para auxiliar na investigação.
Horas após o crime, René foi localizado e preso pela polícia
em uma academia. Ele foi levado para a delegacia, onde permanece à disposição
da Justiça.
A Polícia informou também que "instaurou um
procedimento disciplinar e inquérito policial para apurar, com rigor e
transparência, todos os elementos relacionados à eventual conduta de uma delegada
que possui vínculo pessoal com o suspeito detido".
CNN Brasil