
Foto: Divulgação/ALPB
A Paraíba passa a contar com uma nova legislação voltada à
proteção da infância. O governador João Azevêdo sancionou nesta quarta-feira
(3) a Lei nº 13.861/2025, de autoria dos deputados Sargento Neto e Wallber
Virgolino, que institui a Lei Felca – de combate à adultização de crianças. A
norma tem como principal objetivo prevenir e coibir práticas e conteúdos que
incentivem a adultização, preservando o desenvolvimento saudável dos menores de
12 anos.
De acordo com o texto, a adultização infantil é entendida
como qualquer forma de exposição, estímulo ou imposição para que crianças
assumam comportamentos, aparências, linguagens, responsabilidades ou papéis
sociais próprios da vida adulta. Entre os exemplos listados estão o uso de
roupas e maquiagens sexualizadas, participação em conteúdos de caráter erótico
ou violento, além da exposição a músicas e coreografias impróprias para a
idade.
A lei também estabelece a responsabilidade do Estado em
implementar políticas públicas e campanhas permanentes de prevenção. Essas
ações devem envolver desde a conscientização de pais e responsáveis até a
fiscalização de conteúdos midiáticos e eventos destinados ao público infantil.
A proposta prevê ainda apoio a atividades culturais, esportivas e educacionais
que valorizem a infância.
Outro ponto central da norma é a capacitação de
profissionais das áreas de educação, saúde, cultura e assistência social. O
objetivo é que eles estejam aptos a identificar e prevenir situações de
adultização, oferecendo uma rede de proteção mais efetiva. Além disso, a lei
determina a criação de canais de denúncia acessíveis e seguros, para que a
sociedade possa relatar casos de exposição indevida de crianças.
No campo da comunicação, a legislação é clara: campanhas
publicitárias, programas televisivos, conteúdos digitais e produções culturais
devem respeitar integralmente os direitos da criança. Caso contrário, estarão
sujeitos às penalidades previstas na legislação vigente, especialmente no
Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA).
A Lei Felca também abre espaço para parcerias e convênios
entre o Poder Executivo e órgãos federais, municipais, universidades,
institutos de pesquisa e organizações da sociedade civil. A ideia é ampliar o
alcance das políticas públicas e integrar esforços em prol da proteção da
infância, inclusive com o apoio de organismos internacionais.
Com a sanção da Lei, a Paraíba assume o protagonismo em uma
pauta cada vez mais debatida no país: a preservação da infância diante de
pressões sociais e culturais que podem antecipar fases do desenvolvimento. A
nova lei entra em vigor imediatamente, reforçando o compromisso do legislativo
paraibano com a proteção integral das crianças e a construção de uma sociedade
mais consciente e responsável.
Assessoria/ALPB