
Foto: Gustavo Moreno/STF
O ex-presidente da República, Jair Messias Bolsonaro, irá
passar por novo julgamento nesta terça-feira (16). Desta vez, ele será julgado
em ação civil pública pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4), que
tem sede em Porto Alegre-RS, em processo movido pelo Ministério Público Federal,
em conjunto com a Defensoria Pública da União. A informação é da Agência
Estado.
Bolsonaro será julgado por “declarações públicas de
preconceito, discriminação e intolerância contra pessoas negras”. Se condenado,
o ex-presidente deverá pagar uma indenização coletiva que pode ultrapassar os R$
15 milhões.
A ação foi ajuizada em julho de 2021, quando Bolsonaro era
presidente, e motivada por declarações proferidas por ele nos arredores do
Palácio da Alvorada, nos dias 4 e 6 de maio de 2021 e em 8 de julho do mesmo
ano, quando, aos risos, comparou o cabelo crespo de uma pessoa negra a um “criatório
de baratas”. O processo afirma que Bolsonaro estava ciente de que estava sendo
filmado e que o vídeo circularia em redes sociais.
Ato contínuo, Bolsonaro afirmou: “Você não pode tomar ivermectina,
vai matar todos os seus piolhos”, referindo-se ao medicamento que recomendava
abertamente para o tratamento da Covid-19, mesmo este não tendo qualquer
comprovação científica. A declaração foi contra um apoiador que, na época,
disse que não se incomodava com a piada.
Antes disso, no dia 6 de maio, Bolsonaro tinha feito uma ‘piada’
semelhante com a mesma pessoa, dizendo: “Tô vendo uma barata aqui”; e dois dias
antes, ele havia feito outra piada com outra pessoa de cabelo crespo, ao
perguntar: “O que que você cria nessa cabeleira aí?”.
De acordo com o processo, na “live com o presidente” Bolsonaro
convidou o apoiador alvo das piadas e voltou a desrespeitá-lo - não demonstrando
qualquer arrependimento com o que havia feito - com frases como: “Se eu tivesse
um cabelo desse naquela época, minha mãe me cobriria de pancada”, “Você toma
banho quantas vezes por mês?” e “Se criarem cota para feios, você vai ser
deputado federal”.
Da Redação