
Foto: Ilustração/Pixabay
Uma mulher de 25 anos foi presa em flagrante depois de
injetar uma agulha contaminada com HIV em uma enfermeira de um hospital do
Centro de Belo Horizonte, na madrugada dessa segunda-feira (29/9). Em
depoimento, ela relatou ter agido de forma impulsiva por não concordar com a
conduta da profissional com o bebê dela.
A Polícia Militar foi acionada ao Hospital João Paulo II, na
Alameda Ezequiel Dias, e conversou com a enfermeira. Aos militares, ela contou
que fazia a coleta de sangue de um bebê de três meses de vida quando a mãe dele
retirou a agulha e perfurou a mão da enfermeira.
O medo surgiu quando foi constatado que a mãe era HIV
positivo e o teste apontaria se a criança também tinha o diagnóstico. Conforme
o boletim de ocorrência, o resultado dos exames apontou que a criança era HIV
positiva.
De acordo com os registros, a mãe negou ter furado a
enfermeira. Segundo ela, apenas jogou a agulha no chão, mas agiu de forma
impulsiva porque acreditava que a técnica estava fazendo um mau procedimento no
bebê.
Aos militares, ela disse que a enfermeira estava “girando” a
agulha no braço da criança e também reclamou das condições do hospital e da
conduta dos funcionários.
O bebê permaneceu internado no hospital acompanhado da avó e
a enfermeira seguiu para atendimento médico. De acordo com a PM, ela foi
medicada com um coquetel antiretroviral e, assim que liberada, foi conduzida,
juntamente da suspeita, à 2ª Central Estadual de Plantão Digital para prestar
depoimento.
Em nota, a Polícia Civil informou que a mãe da criança foi
ouvida e teve a prisão em flagrante delito ratificada pelo crime de “contágio
de moléstia grave”, previsto no artigo 131 do Código Penal, que indica como
crime “praticar, com o fim de transmitir a outrem moléstia grave de que está
contaminado, ato capaz de produzir o contágio”. Ela segue à disposição da
Justiça.
Assistência
Procurada pela reportagem, a Fundação Hospitalar do Estado
de Minas Gerais (Fhemig) informou que a servidora foi atendida no Hospital
Infantil João Paulo II conforme protocolo institucional de exposição a material
biológico potencialmente contaminado.
A direção do Complexo de Urgência, do qual o hospital onde
aconteceu o crime faz parte, está colaborando com as autoridades para o
esclarecimento dos fatos. Segundo a Fhemig, o complexo hospitalar conta com 118
câmeras de segurança que contribuem para a proteção dos profissionais e
pacientes, com controle de acesso e segurança 24 horas. O material gravado pode
auxiliar nas investigações.
“A Fhemig repudia qualquer forma de violência contra seus
servidores e reforça o compromisso e respeito aos profissionais da saúde, que
diariamente se dedicam ao cuidado da população mineira”, diz a nota.
EM