
Foto: Ricardo Stuckert/PR
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva autorizou, nesta
quarta-feira (1º/10), que o Ministério dos Transportes avance com o projeto que
prevê o fim da obrigatoriedade de frequentar autoescolas para a obtenção da
Carteira Nacional de Habilitação (CNH).
A proposta, conduzida pelo ministro Renan Filho, deverá
passar por consulta pública a partir desta quinta-feira (2), com prazo de 30
dias. A expectativa da pasta é que a nova norma entre em vigor já em novembro.
Atualmente, uma resolução do Conselho Nacional de Trânsito
(Contran) exige 20 horas de aulas em autoescolas. Essa regra só poderia ser
derrubada com a decisão presidencial, o que ocorreu agora com o aval de Lula.
Segundo Renan Filho, a iniciativa tem como meta reduzir
custos e facilitar a formalização de milhões de motoristas que hoje circulam
sem habilitação. Estimativas do ministério apontam que cerca de 40 milhões de
pessoas conduzem veículos de forma irregular, sendo que aproximadamente 55% dos
proprietários de motocicletas não possuem CNH.
“Estamos abertos a ouvir propostas da sociedade civil, mas o
objetivo é estimular a formalização e reduzir o custo (para a obtenção da CNH).
A redução poderá ser de 70% a 80%, a depender da exigência mínima de aulas
práticas ou não”, afirmou o ministro.
A proposta, no formato atual, prevê o fim da obrigatoriedade
de aulas teóricas e práticas em autoescolas. No entanto, Renan Filho admite a
possibilidade de manter um número mínimo de aulas práticas, ainda indefinido.
Ele ressalta que as provas teóricas e práticas aplicadas pelos Detrans
continuarão obrigatórias.
Para o ministro, a mudança representa um passo em direção à
“justiça social” e à desburocratização do processo de obtenção da CNH. Inicialmente,
a medida valerá apenas para as categorias A e B, que abrangem motocicletas e
veículos de passeio. Caso seja considerada bem-sucedida, poderá ser estendida
para outras categorias no futuro.
Apesar de defendida como uma das principais bandeiras da
atual gestão do Ministério dos Transportes, a medida encontra forte resistência
das autoescolas, que temem perder espaço e relevância no processo de formação
de condutores.
Correio Braziliense