
Foto: Gustavo Moreno/STF
O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal
(STF), negou nesta segunda-feira (13) pedido da defesa do ex-presidente Jair
Bolsonaro para que fossem revogadas a prisão domiciliar e outras medidas
cautelares às quais o político está submetido.
Moraes citou o “fundado receio de fuga do réu” e o
“reiterado descumprimento das cautelares” para manter Bolsonaro preso em casa,
medida que visa “a garantia da ordem pública e a necessidade de assegurar a
integral aplicação da lei penal”, escreveu o ministro.
No momento, pesa contra Bolsonaro um mandado de prisão
preventiva domiciliar expedido no inquérito em que ele é investigado por
obstrução de Justiça e ameaça ao Estado Democrático de Direito.
O inquérito que levou Bolsonaro a ficar preso em casa, com
uso de tornozeleira eletrônica, foi aberto para apurar a atuação do
ex-presidente em auxiliar seu filho, o deputado licenciado Eduardo Bolsonaro
(PL-SP), no convencimento do governo dos Estados Unidos a aplicar sanções
contra autoridades brasileiras.
O procurador-geral da República (PGR), Paulo Gonet, por
exemplo, teve revogado o visto de entrada nos EUA. Para o PGR, o ex-presidente
e seu filho já confessaram, em declarações públicas, que buscam intimidar e
impedir o funcionamento regular do Judiciário brasileiro por meio de pressões
norte-americanas.
Além da domiciliar, Moraes impôs a Bolsonaro medidas como a
proibição de receber visitas não autorizadas pelo Supremo, com a exceção de
seus advogados. O ex-presidente também está proibido de utilizar qualquer
aparelho celular, o que se aplica também às redes sociais. Ele ainda não pode
entrar em contato com embaixadores ou representantes diplomáticos de outros
países.
Bolsonaro também foi condenado pelo Supremo por tentativa de
golpe de Estado, entre outros crimes, a 27 anos e 3 meses de prisão, mas a
sentença ainda não começou a ser executada, pois ainda há recursos pendentes de
julgamento, ou seja, a ação ainda não transitou em julgado. Os ministros ainda
devem estabelecer qual será o regime inicial para o cumprimento de pena nesse
caso.
Defesa
No pedido de revogação da prisão domiciliar, os advogados
que representam Bolsonaro, Celso Vilardi e Paulo Cunha Bueno, argumentaram que
a PGR já apresentou denúncia no inquérito sobre obstrução de Justiça e não
acusou o ex-presidente nesse inquérito, motivo pelo qual não haveria
“fundamento mínimo necessário” para manter as medidas cautelares determinadas
nesse processo.
Felipe Pontes/Aline Leal – Agência Brasil