
Fotos: Reprodução/Redes Sociais
O estilo de vida de luxo mantido com furtos de medicamentos
caros, como o Ozempic, desmoronou: a polícia arrombou a porta de uma cobertura
de luxo no Bairro Funcionários, em Belo Horizonte (BH), para prender o
suspeito. O homem, conhecido como "Ladrão do Ozempic", era alvo de
uma operação por furtos em série da caneta de aplicação usada para controle de
diabetes e emagrecimento.
A ação das polícias Civil (PCMG) e Militar (PMMG) de Minas
Gerais foi filmada e ocorreu no interior de edifício de luxo no Bairro
Funcionários, na Região Centro-Sul de BH, nessa sexta-feira (7/11).
Logo na primeira cena, um policial civil ordena que a porta
seja aberta. "Polícia. Abra a porta", exclama o agente que bate com a
mão na entrada e toca a campainha ao mesmo tempo.
Como não é respondido, o policial ergue um aríete tático
(uma peça maciça cilíndrica, pesada e resistente com alças usada para
arrombamentos). Com três golpes nas áreas das trancas a porta se parte e cede.
Empunhando suas pistolas, pelo menos dois policiais
militares, três policiais civis e um policial de terno e óculos escuros invadem
o apartamento.
A filmagem segue os policiais enquanto passam por uma ampla
sala de TV e sobem por escadaria para um segundo andar, também muito amplo.
A filmagem neste ponto é cortada. Em seguida, quando
retorna, mostra um homem sem camisa, que é o suspeito, Jonathan Weslley Batista
Barbosa, e uma mulher, ambos sentados em um sofá, lado a lado, em uma área
externa aberta com uma banheira de hidromassagem em deque elevado.
O policial de terno conduz o suspeito para fora do sofá e o
faz deitar no chão, chegando a pisar nas suas costas, depois ordenando-lhe que
colocasse as mãos para trás das costas. "O senhor está preso. Temos um
mandado de prisão para o senhor", dizem enquanto o algemam.
Em nota, a Polícia Civil informou que "cumpriu, nessa
sexta-feira (7/11), no bairro Savassi, na capital, o mandado de prisão
preventiva expedido pela Comarca de Belo Horizonte. Após os procedimentos, o
homem, de 37 anos, foi encaminhado ao sistema prisional, onde ficou à
disposição da Justiça".
Como vivia o suspeito de ser o "ladrão do
ozempic"?
A prisão do suspeito de furtos em série de medicamentos
caros, como Ozempic e Mounjaro, em Belo Horizonte, revelou um estilo de vida
luxuoso mantido pelos crimes.
Ele é acusado de aplicar o mesmo golpe em diversas farmácias
nos bairros Serra, Sion, Mangabeiras, Santa Lúcia e Santa Efigênia, causando
prejuízos que, em alguns casos, chegavam a R$ 1,3 mil a R$ 3,7 mil por item.
Os medicamentos-alvo eram canetas de aplicação usadas para
emagrecimento e controle de diabetes, todas elas de custo elevado.
De acordo com imagens de câmeras e informações da polícia, o
suspeito entrava nas lojas, pedia para ver o produto, escondia a caneta dentro
da roupa – por vezes nas partes íntimas, como flagrado por câmeras no dia 28 de
outubro – e simulava que iria buscar a receita médica em seu carro, uma
Mercedes-Benz C200 branca. No entanto, ele fugia do local sem pagar.
O caso ganhou notoriedade após denúncias de proprietários de
farmácias. Segundo a Polícia Militar, o homem possui um histórico extenso, com
mais de 170 ocorrências policiais por crimes como roubo, furto, estelionato,
ameaça e agressão.
Ele estava em liberdade condicional e já tinha 11 prisões
confirmadas anteriormente. As investigações também apuram golpes em postos de
combustíveis, hotéis e o uso do veículo de luxo para ocultar bens, o que pode
configurar lavagem de dinheiro.
Tipificação Penal e Penas
O suspeito, dadas as acusações e a forma como os crimes eram
cometidos, pode incorrer principalmente nos crimes de Furto Qualificado e
Lavagem de Dinheiro.
O crime de Furto é tipificado no Art. 155 do Código Penal e
pode ser qualificado (Art. 155, § 4º) devido à fraude (ao simular que buscaria
a receita e esconder o produto), o que aumenta a pena base de reclusão para 2 a
8 anos, além de multa. Já o crime de Lavagem de Dinheiro (Lei n° 9.613/98, Art.
1º), que se configura ao ocultar ou dissimular a origem ilícita dos bens (como
o uso do carro de luxo para manter o alto padrão de vida oriundo dos furtos),
prevê uma pena de reclusão de 3 a 10 anos, e multa.
O histórico criminal do suspeito, com mais de 170
ocorrências, é um fator agravante que, caso as condenações anteriores sejam
confirmadas, pode elevar a pena no caso de reincidência, podendo alterar o
regime inicial de cumprimento da pena.
O caso do 'ladrão do Ozempic'
- Alvo: canetas de emagrecimento (Ozempic e Mounjaro)
- Locais: farmácias nos bairros Serra, Sion e Santa Efigênia
- Modus operandi: simulava compra e escondia o produto na
roupa
- Fuga: usava uma Mercedes C200 branca
- Prisão: em uma cobertura de luxo no Bairro Funcionários
- Suspeito: Jonathan Weslley Batista Barbosa
- Histórico: mais de 170 ocorrências (furto, roubo,
estelionato)
- Acusação: furto qualificado e lavagem de dinheiro
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