
Foto: José Cruz/Agência Brasil
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva assinou nesta
sexta-feira (14) duas mensagens que encaminham ao Congresso Nacional projetos
de lei voltados à área de educação.
O primeiro projeto altera a lei orçamentária para autorizar
a criação de mais 8,6 mil cargos de magistério superior e técnico
administrativo em educação, e assim poder aumentar o quantitativo de 21.204
para 29.804.
O segundo projeto cria um plano especial de cargos no
Ministério da Educação (MEC), composto por cargos de nível superior,
intermediário e auxiliar.
Em evento que agraciou 262 pessoas com a Ordem do Mérito
Educativo, Lula disse que é mais barato financiar educação para as crianças do
que manter um jovem na cadeia por falta de oportunidades.
Crítica
O presidente afirmou que tudo o que for necessário para
homenagear trabalhadores da educação é pouco.
“Muita gente nunca quis que o povo brasileiro fosse educado.
É como se fosse uma coisa vergonhosa para a elite durante tantas décadas e
séculos não permitir que o povo brasileiro tivesse acesso à educação”, disse o
presidente, em evento no Centro Internacional de Convenções do Brasil, em
Brasília.
Lula lamentou ainda que, mesmo com todo o investimento feito
na educação brasileira, na comparação com Chile e Argentina, o país tem,
proporcionalmente, menos jovens na universidade.
O presidente disse que vai anunciar, ainda neste mês, as
universidades dos Esportes e a Indígena.
Mérito Educativo
A Ordem do Mérito Educativo incluiu escritores, professores
e autoridades públicas. Na relação, nomes como os imortais da Academia
Brasileira de Letras Ailton Krenak e Ana Maria Gonçalves, os escritores
Fernando Morais, Fabricio Carpinejar, Raduan Nassar e Cristine Takuá.
Influenciadores como Gilberto José Nogueira, o Gil do Vigor, e Felipe Neto
também estiveram entre os homenageados.
Gil do Vigor lembrou que foi a educação pública que
transformou a sua vida. Beneficiário do Bolsa Família e da política de cotas,
ele conta que foi graças ao estímulo da mãe que conseguiu atingir seus
objetivos. “Ela me disse que tínhamos uma marreta para atravessar a parede
capaz de transformar a vida. E essa marreta é a educação”.
Hoje, Gil tem um curso solidário chamado de Aulão do Vigor e
anunciou que vai ingressar no pós-doutorado na Universidade de Chicago.
“Eu sou um exemplo de como as políticas de inclusão garantem
a transformação. A educação salva vidas”, emocionou-se.
Houve ainda homenagens póstumas entregues a familiares de
pessoas como o escritor e ativista Antonio Bispo, o Nego Bispo; para o
ex-reitor Luis Carlos Cancellier, da Universidade Federal de Santa Catarina, e
para a professora Elisabeth Tenreiro, que morreu em ataque à escola Thomazia
Montoro, em 2023.
Caminho transformador
O ministro da Educação, Camilo Santana, disse que a educação
é o único caminho transformador de uma nação. Ele lembrou que a entrega da
Ordem Nacional do Mérito Educativo integra as ações de comemoração dos 95 anos
do MEC
“Essa celebração reafirma nosso compromisso com educação
pública forte (...) As pessoas que recebem essa comenda têm papel fundamental
no Brasil que queremos”, afirmou o ministro.
Condecoração
A Ordem Nacional do Mérito Educativo foi criada em 1955, mas
regulamentada apenas em julho de 2003. As condecorações são entregues a
personalidades nacionais e estrangeiras que se destacaram em ações para a
melhoria e o desenvolvimento do ensino e da educação brasileira.
Os homenageados são reconhecidos nos graus: Grã-Cruz, Grande
Oficial, Comendador, Oficial e Cavaleiro. As nomeações e promoções são feitas
por decreto do Presidente da República, mediante proposta do ministro da
Educação.
Luiz Cláudio Ferreira/Sabrina Craide – Agência Brasil