
Foto: Reprodução/TV Globo
Uma mãe denuncia que o filho de 10 anos perdeu a visão do
olho direito após sofrer agressões dentro da Escola Municipal Leonel Azevedo,
na Ilha do Governador, na Zona Norte do Rio de Janeiro. O caso é investigado
pela Delegacia da Criança e do Adolescente Vítima (Dcav).
Segundo a mãe, Lidia Loiola Cardoso, o menino começou a ser
vítima de bullying em 2023 — em agressões anteriores, fraturou o pé e deslocou
o nariz.
Lidia relata que procurou a direção da escola para pedir
ajuda. “Eu fui até a direção, passei as informações, pedi ajuda, auxílio, e não
houve uma resposta”, afirmou.
A mãe diz que o filho, que tem uma diferença nos olhos
devido a uma deficiência, era alvo de provocações de colegas.
Ela afirma que o comportamento da criança mudou ao longo do
último ano. “Meu filho estuda aqui há 5 anos. Do ano passado para cá, começou a
não querer mais vir para a escola, de não querer mais estar em sala de aula”,
disse.
Ela conta que procurou a direção em diversas ocasiões. “Eu
me preocupava e vinha para a direção conversar, para a gente poder tentar
entender. Nunca tivemos resposta.”
Agressões físicas
A mãe afirma que, no ano passado, as agressões passaram a
ser físicas. Segundo ela, foram pelo menos 4 brigas dentro da escola. Em um
desses episódios, a filha também foi agredida ao tentar defender o irmão.
De acordo com o relato, a situação mais grave ocorreu em 18
de novembro, durante uma aula de educação física: o menino levou chutes e ao
menos um soco no olho.
Ele foi levado inicialmente ao Hospital Municipal Evandro
Freire, na Ilha do Governador — o mesmo onde havia sido atendido em episódios
anteriores.
Pela gravidade do ferimento, foi transferido para o Hospital
Souza Aguiar, onde recebeu o diagnóstico de perda irreversível da visão do olho
direito.
“É uma sensação de impunidade, de algo que aconteceu com o
meu filho, mas pode acontecer com qualquer um. Algo que prejudicou até mesmo o
futuro dele. E eu tenho tentado combater esses sentimentos dentro de mim”,
disse a mãe.
A mãe afirma que as agressões foram cometidas por alunos
mais velhos. Segundo ela, os filhos agora têm medo de voltar para a escola.
O que dizem as autoridades
A Secretaria Municipal de Educação (SME) afirmou, em nota,
que o aluno recebeu atendimento imediato e foi encaminhado ao hospital mais
próximo, sendo transferido para o Souza Aguiar.
A pasta disse que a escola acolheu o estudante e a
responsável desde o início e que foi instaurada sindicância para apurar o
histórico do caso.
O aluno apontado como autor da agressão foi transferido para
outra unidade.
A SME informou ainda que desenvolve ações permanentes de
prevenção à violência e ao bullying por meio do Núcleo Interdisciplinar de
Apoio às Escolas (NIAE), que atua com psicólogos, assistentes sociais e
pedagogos.
A Polícia Civil informou que o caso é investigado pela
Delegacia da Criança e do Adolescente Vítima (Dcav).
g1