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05/12/2025

Durante sessão, vereadores de Campina Grande defendem reestruturação das políticas de saúde mental do país



Foto: Josenildo Costa/CMCG


A Câmara Municipal de Campina Grande realizou sessão marcada por forte comoção e por um amplo debate sobre saúde mental, após o falecimento do jovem Gerson de Melo Machado, ocorrido em João Pessoa. Além das homenagens e reflexões sobre a revisão e fortalecimento das políticas de saúde mental do país, os parlamentares trataram de temas como fiscalização de serviços públicos, abastecimento de água, mobilidade urbana e políticas para a causa animal.

 

Diante do falecimento do jovem Gerson de Melo Machado, de 19 anos, que invadiu a jaula de uma leoa no Parque Zoobotânico Arruda Almeida (Bica), em João Pessoa, os vereadores solicitaram um minuto de silêncio e abriram um amplo debate sobre saúde mental e a fragilidade das redes de proteção.

 

Luciano Breno destacou a perplexidade do caso e a necessidade de políticas públicas eficazes para pessoas com transtornos mentais. Alexandre Pereira afirmou que, embora a proposta de cuidado dessas pessoas fora de hospitais e em convívio familiar seja positiva, o modelo atual não funciona na prática. Pimentel Filho lamentou que somente após uma tragédia o tema volte à pauta, ressaltando que, apesar da orientação federal para acompanhamento familiar e atuação dos CAPS, a rede não funciona e não consegue dar conta dos casos.

 

A vereadora Waléria Assunção afirmou que é preciso revisitar e ajustar a política antimanicomial, apontando que hoje existe “uma assistência fragmentada”. Jô Oliveira reforçou que o caso evidencia 18 anos de abandono institucional, envolvendo histórico familiar, passagens por órgãos de acompanhamento e lentidão processual, visto que a determinação de internação do jovem foi publicada apenas um dia após sua morte. A vereadora disse ainda que a reforma psiquiátrica buscou acabar com o modelo de “depósito” de pessoas dopadas, mas questionou se a atual rede psicossocial tem sido suficiente.

 

Olimpio Oliveira ampliou o pedido de solidariedade para todas as vítimas de transtornos mentais em Campina Grande, observando que os casos são silenciados e que o pós-pandemia evidencia uma sociedade adoecida, tratada pelo Estado como pauta secundária. Criticou a “maquiagem” de alguns lares de acolhimento onde se misturam idosos, pacientes psiquiátricos e usuários de drogas, e alertou que mais de 500 pacientes com transtorno do espectro autista aguardam terapia na rede pública de Campina Grande.

 

Por fim, Carol Gomes destacou que a saúde mental é um tema permanente, mas agravado após a pandemia. Disse que existem campanhas, mas são insuficientes, e questionou quantos “Gersons” pedem socorro sem serem percebidos. A vereadora ressaltou a importância da intervenção precoce, mas advertiu para diagnósticos sem protocolos adequados. Para Carol, o ato do jovem foi um pedido de socorro, e o tema precisa ser fortalecido como compromisso da Casa com a sociedade.

 

Para acompanhar a sessão completa, acesse o Canal Oficial do youtube (@camaracgoficial). Confira também o andamento das matérias que tramitam no SAPL – Sistema de Apoio ao Processo Legislativo.

 

DIVICOM/CMCG