
Foto: Ilustração/Pixabay
Cientistas da Universidade da Califórnia em Los Angeles
(UCLA) identificaram uma pequena molécula com potencial para reverter a queda
de cabelo ao reativar folículos capilares adormecidos. A substância, batizada
de PP405, mostrou resultados animadores nos primeiros testes em humanos, nos
quais foi aplicada topicamente no couro cabeludo antes de dormir durante sete
noites consecutivas.
Segundo os pesquisadores, a molécula atua diretamente em uma
proteína presente nas células-tronco do folículo capilar, responsável por
manter essas células em estado dormente. Ao inibir essa proteína, a PP405
desperta a atividade celular e pode estimular o crescimento de novos fios.
“A maioria das pessoas, em algum momento da vida, lida com a
queda de cabelo — seja por fatores genéticos, quimioterapia, infecções ou
estresse. Isso tem um grande impacto emocional”, explica o professor William
Lowry, do Departamento de Biologia Molecular, Celular e do Desenvolvimento da
UCLA, um dos autores do estudo. “Embora nenhum tratamento funcione para todos,
nossos testes iniciais no Condado de Orange foram bastante encorajadores.
Agora, partimos para estudos em maior escala.”
O desenvolvimento da molécula vem sendo conduzido há quase
uma década em laboratório. Os ensaios clínicos em humanos, realizados em 2023,
apontaram eficácia estatisticamente significativa na reativação dos folículos,
com a expectativa de que o tratamento leve ao crescimento de fios mais espessos
e permanentes — ao contrário da penugem gerada por produtos atualmente
disponíveis no mercado.
A pesquisa é conduzida por um trio de renomados cientistas
da UCLA: William Lowry, a professora de química biológica Heather Christofk e o
professor de química Michael Jung. Eles estão otimistas com o potencial do
tratamento para combater a calvície padrão, condição que afeta mais da metade
dos homens e cerca de 25% das mulheres até os 50 anos.
Com novos estudos em andamento, a PP405 pode representar um
avanço significativo no combate à perda capilar — uma condição que, além de
estética, carrega profundas implicações para a autoestima e o bem-estar
psicológico.
Correio Braziliense