
Foto: Pedro França/Agência Senado
O advogado Frederick Wassef foi condenado pela 3ª Vara
Criminal de Brasília, nesta quarta-feira (17/12), a 1 ano e 9 meses de prisão,
em regime aberto, por injúria racial. A condenação se refere a denúncia de uma
funcionária de uma pizzaria, no Setor de Clubes Sul, que foi chamada pelo
advogado da família Bolsonaro de “macaca” após ele reclamar que a comida
"não estava boa". O caso ocorreu em novembro de 2020.
O juiz também determinou ainda o pagamento de R$ 6 mil,
corrigido desde a sentença, com juros desde 2020, relativos ao dano moral para
a vítima. A informação é do jornal Correio Braziliense.
"Sem dúvida, algumas expressões carregam em si um
significado ofensivo inequívoco. A expressão 'macaca' — tão bem retratada na
prova oral — carrega intenso desprezo e escárnio. A palavra proferida é
suficiente para retratar a intenção lesiva do réu", disse o juiz Omar
Dantas Lima.
No processo, Wassef negou todas as ofensas repetidas vezes e
ainda pode recorrer da decisão. O juiz, no entanto, ressaltou que a palavra da
vítima tem valor para embasar a condenação, além de testemunhas que corroboram
o caso. Ele destacou, que “algumas expressões carregam em si um significado
ofensivo inequívoco”.
A vítima, identificada como Danielle da Cruz de Oliveira, à
época com 18 anos, disse à Polícia Civil do Distrito Federal que foi chamada de
"macaca" após Wassef reclamar da pizza. Segundo ela, o advogado
disse: "Você é uma macaca! Você come o que te derem."
A funcionária do estabelecimento também relatou que o
advogado frequentava o estabelecimento regularmente, e era conhecido por agir
de forma “arrogante” e por ofender os trabalhadores. A Polícia Civil concluiu
que Wassef praticou os crimes de injúria racial e racismo. O Ministério Público
do Distrito Federal concordou e denunciou o advogado à Justiça.
Procurado pelo Correio em outras ocasiões, Frederick Wassef
disse que a denunciante não é negra e que foi contratada para inventar a
história, junto às outras testemunhas. “Eu que fui a verdadeira vítima”,
afirmou.
Correio Braziliense