Um dos assuntos mais comentados nesta terça-feira (24) em
Campina Grande foi o assassinato de dois moradores de rua na cidade e a
tentativa de assassinato de um terceiro, fatos ocorridos na
madrugada de ontem. Segundo a polícia, o primeiro caso ocorreu no bairro do
Santo Antônio, quando um morador de rua foi encontrado morto na Rua Santo
Antônio, próximo à Escola Estadual Assis Chateaubriand.
O segundo morador de rua, uma moradora, na verdade, foi
encontrada morta por volta das 7h da manhã, na rua Elias Asfora, no centro da
cidade. Este crime foi registrado por uma câmera de segurança de um
estabelecimento comercial das proximidades.

“Maria Suvacão” foi encontrada morta na rua Elias Asfora, no centro de Campina Grande-PB: o radialista e ex-presidente da Associação Campinense de Imprensa – ACI, Eliomar Gouveia, publicou homenagem a ela em seu facebook (Foto: reprodução de imagem publicada no facebook de Eliomar Gouveia)
No caso desta moradora de rua, conhecida popularmente por “Maria
Suvacão”, o radialista e ex-presidente da Associação Campinense de Imprensa –
ACI, Eliomar Gouveia, escreveu pequeno artigo, em forma de homenagem, e publicou
em seu perfil no facebook.
O artigo, um primoroso texto que reproduzo abaixo, gerou vários comentários e
bateu recordes de acesso na página do comunicador. Veja o comentário de
Eliomar:
“Seu nome de batismo não era Maria Suvacão, mas era assim
que era conhecida, não tinha casa, não tinha bens, não tinha roupas boas nem
sapatos, a rua era sua mansão, um lençol era o único abrigo que possuía, se
alimentava do pão que era pedido e lhe ofertado, tinha muito pouco, mas pouco
mesmo, quase nada, me lembro uma vez de lhe ter dados algumas moedas,
suficientes talvez para uma xícara de café, Maria era seu nome, ela tinha um
rosto, ela andava, chorava, ria raramente, sofria suas angústias, mas não
incomodava ninguém, guardava pra sí seus desamores ou amores, deve ter tido uma
paixão de jovem, deve ter tido uma desilusão de adulta, seu nome repito era
Maria, como a mãe de Jesus, por ela não teremos protestos, nem caras pintadas,
por ela ninguém vai bater panelas, por ela não teremos rodovias fechadas, por
ela não teremos minutos preciosos na TV nem nem no rádio, por ela nem coxinhas
golpistas nem esquerdistas mórbidos usaram o Facebook para expor suas
ideologias sociais e políticas, seu nome era Maria, como tantas outras pelas
ruas desse mundo perdido, Maria esse era seu nome, dormia onde podia, sentia o
frio e a fome que arrebenta a vida do ser sobrevivente, um dia Maria foi dormir
em sua casa, um pedaço de calçada, se encolhendo pra sentir o sono chegar,
Maria não mais acordou, alguém que por capricho da maldade humana tirou dela
seu bem precioso, a sua vida, ela nem se mexeu, aceitou pela surpresa talvez os
golpes de seu algoz, derramou seu sangue pelo mesmo pedaço de calçada que a
acolhia, Maria se foi, sim Maria era seu nome, não tinha nada, mas tinha sua
vida, hoje já não a tem, Maria na verdade era melhor que eu, era melhor que meu
carro, minha comida, minha roupa, meu celular, Maria voltou para os braços de
Deus, lá ela ficará protegida, amada, cuidada, não será invisível, perdão Maria
nós erramos com você”.
Portal Carlos Magno
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