Pesquisadores de Itajaí descobriram que uma espécie de hibisco pode inibir o avanço de câncer do colón. O experimento foi feito em ratos e apresentado no Congresso Nacional da Sociedade Brasileira de Alimentação e Nutrição, em agosto. Os pesquisadores, agora, verificam os resultados de novas experiências, feitas com o chá da planta.
A pesquisa começou no final do ano passado, explica a professora Sandra Soares Melo, responsável pelo Laboratório de Nutrição Experimental (Lanex) da Universidade do Vale do Itajaí (Univali). Os estudantes, do curso de nutrição, trabalham com plantas medicinais e procuravam um novo objeto de estudo.
A equipa continua os estudos, e o objetivo agora é facilitar o uso dessa espécie hibisco pela população, com experimentos com o chá da flor, muito popular no Brasil
Em uma visita à unidade da Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina (Epagri), os técnicos apresentaram a planta aos estudantes. "O vermelho intenso nos chamou a atenção como fonte de antioxidante", conta a professora. Segundo ela, os trabalhos científicos com a espécie hibiscus cannabinus são muito restritos e o grupo quis saber mais sobre a planta.
Experimento – Como um dos pesquisadores já tinha um trabalho relacionado ao câncer de cólon, o grupo resolveu direcionar o estudo para essa linha. No início do ano, os estudantes induziram o câncer de cólon em dois grupos de ratos da linhagem Wistar.
Um conjunto de animais foi submetido a uma dieta normal e o outro teve a alimentação enriquecida com o extrato seco da flor. A conclusão do estudo é que os ratos que tiveram acesso ao hibisco tiveram inibição no avanço da doença.
A professora explica que isso ocorreu porque o hibisco fez com que diminuíssem alterações no DNA da célula, que causam mutações nela e fazem com que ela não funcione de forma normal. Também diminuiu o número de células alteradas.
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Estudos continuam – A equipa continua os estudos, e o objetivo agora é facilitar o uso dessa espécie hibisco pela população, por isso a ideia do chá. "Já começamos [a pesquisa], mas não terminamos, está em fase de leitura de lâminas", diz a professora.
Quando for certificado que não há nenhum risco para humanos, serão feitos testes com pessoas. Porém, as pesquisas com animais devem continuar por pelo menos mais um ano.
"O foco não é muito a prevenção. Há vários alimentos que podem ser usados na prevenção do câncer, como o brócolis. A ideia é algo que possa ser usado contra a doença, quase uma quimioterapia natural", explica a pesquisadora.
Sandra acredita que o hibisco também poderia ser usado contra outros tipos de câncer – G1.
Blog Carlos Magno
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