Já se passavam mais de sete horas da sabatina na Câmara dos
Deputados em que o ministro Sergio Moro (Justiça e Segurança Pública) dava a
sua versão sobre os diálogos com o procurador Deltan Dallagnol — e que colocam
em xeque sua imparcialidade na Operação Lava Jato — quando ele resolveu se
levantar e deixar a sessão sob os gritos de “fujão”.
A saída do ministro se deu após a fala do deputado federal
Glauber Braga (PSOL-RJ) que, a partir de uma analogia com o jogo de futebol,
chamou Moro de “juiz ladrão”. Apesar da reação da bancada governista que
rebateu aos gritos e levou ao encerramento da sessão, o parlamentar fluminense
afirma que “a história” vai provar o que disse.
Leia a entrevista:
O senhor não acha que
exagerou ao chamar o ministro Sergio Moro de juiz ladrão?
Não retiro uma palavra do que eu disse. Eu fiz uma analogia
com o jogo de futebol, em que você tem um juiz que se corrompe, passa integrar
um dos times e recebe uma recompensa por causa disso. O nome disso é corrupção
e, na linguagem popular, se chama de juiz ladrão.
Então houve incompreensão
em relação ao contexto?
Eu não estou preocupado com a forma como a bancada do PSL
compreende o que eu digo. Estou me lixando para eles. Eu estou preocupado com a
maioria do povo brasileiro que entende o que tem que ser dito e que a gente não
pode deixar de dizer.
A reação do ministro
te surpreendeu?
Me surpreendeu o grau de covardia. O ministro não aguentou o
primeiro embate quando confrontando com a verdade e saiu. Não sabia que ele era
tão covarde como se apresentou ontem.
O senhor também já
chamou o deputado Eduardo Cunha de “gângster”.
Ele tentou me processar, mas os fatos e a história
demonstraram o que é a realidade e é uma coisa que eu tenho a certeza que vai
acontecer com o Moro.
Não teme responder
também por este episódio?
Não temo responder a qualquer tipo de processo e não vejo
qualquer motivação para os deputados bolsonaristas fazerem este pedido no
Conselho de Ética. Mas se acontecer e for admitido, será mais uma oportunidade
de demonstrar a verdade e produzir provas para demonstrar que Moro é um juiz
ladrão – Veja.
Carlos Magno
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