Jornais e sites internacionais repercutiram a capa da última
edição de VEJA, “Justiça com as próprias mãos”. A reportagem traz diálogos
inéditos analisados pela parceria VEJA e o site The Intercept Brasil mostrando
irregularidades cometidas pelo ministro da Justiça e Segurança Pública Sergio
Moro como juiz da Operação Lava Jato.
“Uma imagem da capa de VEJA mostra Moro – que de maneira
controversa assumiu o trabalho (como ministro) no ano passado depois de ajudar
a prender o principal rival de Bolsonaro na eleição, o ex-presidente de
esquerda Luiz Inácio Lula da Silva – usando seu dedo indicador para
desequilibrar a balança da justiça para a direita”, disse o jornal britânico
The Guardian. “Em seu editorial, VEJA afirmou que a reportagem revelou ‘de
forma cabal como Sergio Moro exorbitava de suas funções de juiz’.”
O jornal argentino Clarín afirmou que a divulgação das novas
mensagens comprometem ainda mais a imagem de Moro. “A revista VEJA publicou uma
extensa reportagem de capa em que afirma terem sido analisadas 649.551
mensagens trocadas por Moro e promotores ao longo dos anos, especialmente entre
2015 e 2017”, disse o jornal. “As revelações corroeram fortemente a imagem de
correção absoluta desfrutada pelo atual ministro. E poderiam até levar à
anulação de algumas de suas sentenças.”
O jornal chileno La Nación afirmou que a publicação dos
diálogos coloca ainda mais em dúvida a imparcialidade de Moro como juiz de
casos da Lava Jato e aumentou a pressão sobre o ministro. “Após a publicação,
#Morosuacasacaiu se tornou o assunto mais comentado no Twitter no Brasil.
Imediatamente, os apoiadores do atual ministro responderam com a hashtag
#Morosomostodos.”
Reportagem da Agência France-Presse replicada pelo jornal
colombiano El Espectador e pelo equatoriano El Universo afirma que VEJA
lembrou, em sua Carta ao Leitor, apoiar a Operação Lava Jato, que enviou
dezenas de políticos e empresários para a prisão, incluindo o ex-presidente de
esquerda Luiz Inácio Lula da Silva.
Em parceria com o site The Intercept Brasil, VEJA realizou o
mais completo mergulho já feito nas mensagens trocadas pelo aplicativo
Telegram. Foram analisadas pela reportagem 649.551 mensagens. Palavra por
palavra, as comunicações examinadas pela equipe são verdadeiras e a apuração
mostra que o caso é ainda mais grave. Moro cometeu, sim, irregularidades. Fora
dos autos, pediu à acusação que incluísse provas aos processos que chegariam
depois às suas mãos, mandou acelerar ou retardar operações e fez pressão para
que determinadas delações não andassem. Além disso, revelam os diálogos,
comportou-se como chefe do Ministério Público Federal, posição incompatível com
a neutralidade exigida de um juiz – Veja.
Carlos Magno
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