Foi decretada em audiência de custódia realizada na tarde
desta quarta-feira (10) a prisão preventiva do policial militar Dijavan Batista
dos Santos, que matou o bioquímico Julio Cesar Cerveira Filho dentro de uma
sala de cinema em um shopping de Dourados (MS) no último dia 8. De acordo com a
polícia, a briga entre os dois teria começado por conta das poltronas que
ocupavam.
De acordo com a decisão do juiz Eguiliell Ricardo da Silva,
da 3° Vara Criminal de Dourados, a Justiça levou em consideração o fato do
crime ter acontecido em "uma sala de cinema lotada de pessoas no período
vespertino [14h] em uma sessão de filme destinado ao público jovem sendo período
de férias onde, por lógica, as sessões ficam mais cheias de crianças e
adolescentes". Segundo a polícia, na sala de cinema havia 170 pessoas e
entre elas, muitas crianças.
O juiz também considerou uma "aparente motivação
fútil" pelo fato da morte ter acontecido após uma briga relacionada à
numeração dos assentos das poltronas que ocupavam. No entendimento do juiz,
esses fatores apontam para o fato de que o PM deveria ficar preso:
"Tudo isso estaria a indicar a periculosidade social do
autuado, policial militar, cujo comportamento esperado é de equilíbrio e
discernimento quanto à necessidade de se efetuar disparo de arma de fogo dentro
de um local com grande aglomeração de pessoas, com possibilidades de saída
restritas", diz a decisão.
O policial estava lotado na divisão Ambiental. Ele deve ser
transferido para o Presídio Militar na capital, mas não há uma data prevista. O
advogado de Dijavan, Leonardo Arosio, informou em nota que "até o momento,
dada a complexidade do caso, não houve tempo hábil para coletar provas
suficientes e comprovar a veracidade dos fatos ocorridos, faltando depoimento
de várias testemunhas e a juntada de laudos periciais", declarou.
Entenda o caso
O bioquímico Julio Cesar Ceveira Filho de 43 anos, foi morto
dentro da sala 1 do Cine Araújo que fica no shopping Avenida Center em
Dourados. Ele foi atingido com um tiro na região do tórax que transfixou o
pescoço. Julio foi assassinado na frente da filha de 16 anos.
O autor do disparo, o PM Dijavan Batista dos Santos estava
no cinema com seus dois filhos, um de 14 e um de 10 anos. A sala exibia o filme
"Homem-Aranha: Longe de Casa". De acordo com a polícia, a briga teria
começado por conta das poltronas que ocupavam. A arma do policial militar,
segundo a polícia, não era registrada, o PM alegou ter herdado-a do pai.
Imagens de câmeras de segurança mostram a briga que terminou
com a morte de Julio. Na imagem é possível ver que o Julio está sentado na
mesma fileira, ao lado de um dos filhos de Dijavan. Em seguida, o menino troca
de lugar e Julio se levanta, aproxima-se do garoto e parece discutir com ele.
Depois volta a seu lugar.
Na sequência ele levanta novamente e vai até uma pessoa
sentada ao lado do adolescente, que, de acordo com o boletim de ocorrência,
seria o PM, e os dois discutem. Este se levanta. Outras pessoas na fileira da
frente levantam também tentando parar a briga. Júlio senta novamente. Em
seguida, ele levanta e sai seguido pela filha, passando pelo grupo. O PM vai
atrás do homem, momento em que teriam ido até a porta do cinema e entrado em
luta corporal, porém as câmeras não captaram a cena. A sequência da imagem já
mostra as pessoas na sala levantando e correndo – G1.
Carlos Magno
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