O possível futuro embaixador do Brasil nos Estados Unidos,
deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), disse a jornalistas que tem o
apoio do ministro Ernesto Araújo (Relações Exteriores) para assumir o posto
diplomático, considerado o mais importante e mais disputado, e disse que é
cotado por sua experiência - não por ser filho do presidente Jair Bolsonaro.
Na quinta, o presidente afirmou que pretende indicá-lo para
a embaixada em Washington. O deputado voltou a dizer que ainda não foi feito um
convite oficial pelo presidente.
“Ele (Ernesto) expressou apoio ao meu nome por ocasião de
uma possível indicação para a embaixada dos Estados Unidos. Acredito que agora
só falta conversar com o presidente Jair Bolsonaro e reafirmar se essa é mesmo
a vontade dele, se ele mantém o que ele tem dito. Porque estamos acompanhando
os fatos. Está tudo na esfera da cogitação e sendo encaminhado.”
Eduardo destacou a atuação na presidência da Comissão de
Relações Exteriores da Câmara e o fato de ter feito intercâmbio e até mesmo
fritado hambúrguer nos Estados Unidos. “É difícil falar de si próprio, né? Mas
não sou um filho de deputado que está do nada vindo a ser alçado a essa
condição, tem muito trabalho sendo feito, sou presidente da Comissão de
Relações Exteriores, tenho uma vivência pelo mundo, já fiz intercâmbio, já
fritei hambúrguer lá nos Estados Unidos, no frio do Maine, estado que faz
divisa com o Canadá, no frio do Colorado, em uma montanha lá. Aprimorei o meu
inglês, vi como é o trato receptivo do norte-americano para com os
brasileiros”, disse.
Na quarta, Eduardo completou 35 anos - idade mínima para um
brasileiro assumir uma representação diplomática no exterior. Ele afirmou hoje
que como se trata ainda de uma “expectativa” de indicação, não há necessidade
de deixar o mandato parlamentar. “Acho que a sabatina, o agrimã, são atos
preparatórios para uma possível nomeação. Como está tudo na esfera da
expectativa, acho que não há necessidade de sair do mandato, no máximo, talvez,
uma licença.”
Ele ressaltou que vai esperar a sabatina no Senado para
decidir. “Não vejo nenhum desconforto, não acho que por ser filho do presidente
ele vai me colocar numa vida boa na embaixada lá. Negativo. É uma representação
do Brasil. Tem a missão de trazer negócios e investimentos”, disse.
Ele afirmou ainda que imagina que o governo Trump vai ver
“com bons olhos” a eventual decisão do governo Bolsonaro de indicar o deputado
ao posto em Washington. Na quinta, ao citar os tributos que credenciariam o
filho à vaga, o presidente já havia dito a jornalistas que Eduardo “é amigo dos
filhos do Trump, fala inglês, fala espanhol, tem vivência muito grande de
mundo”.
Ainda hoje o ministro Ernesto Araújo deve receber o senador
Nelson Trad (PSD-MS) às 16h. Trad é presidente da Comissão de Relações
Exteriores do Senado, colegiado responsável por sabatinar indicados ao posto de
embaixador do País em outros países – Estadão.
Carlos Magno
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