Imagens de monitoramento do Hospital e Maternidade Silvério
Fontes, em Santos, no litoral de São Paulo, mostram o momento em que a mulher
de 40 anos que tentou vender a filha a uma desconhecida dá entrada na unidade.
Segundo apurado pelo G1, ela teria negociado a criança por R$ 2 mil. Ambas
seguem internadas em estado estável.
A situação aconteceu na madrugada de sábado (13). A mulher
deu entrada na maternidade no bairro Castelo, em trabalho de parto, acompanhada
de uma mulher que dizia ser sua irmã. Após a internação, funcionários
descobriram que, na verdade, a gestante havia dado um nome falso e negociado a
criança.
O G1 teve acesso a uma imagem de monitoramento divulgada
pela prefeitura da cidade neste domingo (14). É possível ver a mulher na maca
sendo deslocada no interior da maternidade por socorristas. A todo o tempo, ela
passa as mãos no rosto, aparentando desespero e desconforto com as dores.
Ao lado da maca, a irmã acompanhante, que na verdade
compraria a criança, aparece de camiseta branca e segurando uma bolsa de cor
roxa. Ela recebe a orientação de um dos funcionários para aguardar fora do
setor de emergência. Segundo testemunhas, após a imagem, ela fugiu do local.
De acordo como secretário de Saúde de Santos, Fábio Ferraz,
o caso é delicado, uma vez que foi constatado que, além de ser usuária de
drogas, é portadora de sífilis. “Ela passou por um profissional de psiquiatria
que fez um laudo confirmando a abstinência nesse período”, explicou ele ao G1.
Ainda de acordo com Ferraz, a mulher só confessou a venda
após ficar nervosa com o distanciamento do recém-nascido. “Ela apresentou
estado de ansiedade, a equipe percebeu e começou a ter uma conversa mais franca
com a paciente. Foi quando ela assumiu a identidade falsa e a venda por R$ 2
mil”.
O secretário considera o fato do uso de um nome falso
inédito. “Ficamos abismados com essa situação”, confessou. Prematura, a criança
segue internada na UTI Neonatal da unidade, e por a mãe não ter feito
pré-natal, não há como precisar o tempo de vida do bebê, uma menina.
O G1 questionou a Secretaria de Segurança Pública (SSP)
sobre a investigação do caso e o paradeiro da compradora da criança, mas a
pasta respondeu apenas que o caso é investigado pelo 5º Distrito Policial da
cidade. A mãe da criança, moradora de rua e usuária de drogas, será ouvida após
receber alta. O bebê deverá ficar sob os cuidados do Conselho Tutelar – G1.
Carlos Magno
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