O presidente Jair Bolsonaro descartou qualquer possibilidade
de taxar igrejas. O assunto foi tratado amplamente na manhã e no início da
tarde desta quarta-feira (7/8) em conversas com parlamentares, o secretário da
Receita Federal, Marcos Cintra, e o ministro da Economia, Paulo Guedes. Pela
manhã, defendeu, ainda, uma maior simplificação na prestação de instituições
religiosas.
Depois de um café da manhã com a presença do presidente da
Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal
Federal (STF), Bolsonaro manteve uma extensa agenda com líderes religiosos e
parlamentares da bancada evangélica a respeito de tributação sobre igrejas. As
reuniões começaram por volta das 10h10 e encerraram somente por volta das 15h.
A primeira agenda no Palácio do Planalto foi com Cintra e o
deputado Sóstenes Cavalcante (DEM-RJ), vice-líder do partido na Câmara e membro
da bancada evangélica. Depois, recebeu os deputados Gilberto Nascimento
(PSC-SP) e Marco Feliciano (Podemos-SP), vice-líder do governo no Congresso.
Ambos são da Frente Parlamentar Evangélica.
A terceira reunião teve a presença do missionário R.R.
Soares, fundador da Igreja Internacional da Graça de Deus, do deputado federal
David Soares (DEM-SP), do deputado estadual Filipe Soares (DEM-RJ), e do juiz
federal William Douglas. O governo esteve representado por Cintra, Guedes, e
pelo ministro-chefe da Secretaria de Governo, Luiz Eduardo Ramos.
Depois das reuniões, Bolsonaro almoçou com lideranças e
parlamentares evangélicos na casa do presidente da bancada religiosa, deputado
federal Silas Câmara (PRB-AM), com quem o presidente se reuniu a sós no retorno
ao Planalto. Somente às 16h, quando o capitão reformado recebeu o ministro da
Controladoria-Geral da União (CGU), Wagner Rosário, encerrou a romaria aos
religiosos.
Isenção
Pela manhã, Bolsonaro antecipou as pretensões de não taxar
as igrejas. “Eu não quero taxar. Chega de taxar. Já tenho falado que é difícil
ser patrão no Brasil. Também é ser empregado, mas pior é ser desempregado.
Tenho conversado com o Paulo Guedes e estamos estudando lançar o programa Minha
Primeira Empresa, para, assim, quem está desempregado criar uma empresa”,
disse.
A reforma tributária em discussão pelo governo sugere um
tributo de ponta a ponta sobre quaisquer transações financeiras. A ideia é que
o imposto substitua a contribuição previdenciária sobre os salários, de modo
que também fosse pago pelas igrejas, hoje isentas de tributação.
“Tem uma dúvida muito grande da Constituição Federal quando
fala de isenção de impostos. O assunto vem sendo discutido com vários setores.
Essa que é a nossa intenção, discutir esse assunto. Se chegarmos a uma
conclusão que tem amparo legal para você acabar com alguma taxa, então acaba.
Agora, não queremos complicar. Não pode cada igreja ter um contador. Ninguém
aguenta isso”, sustentou – Correio Braziliense.
Carlos Magno
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