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10/08/2019

Ameaçada, jovem se escondeu do ex até conseguir medida protetiva: mas acabou baleada mesmo após concessão da justiça


A mulher que foi baleada no rosto pelo ex-companheiro na tarde de quarta-feira (7), em São Leopoldo, Região Metropolitana de Porto Alegre, chegou a se esconder na casa de parentes por medo de que algo pudesse acontecer.

 

O crime ocorreu dentro da loja da família de Vitoria Duelem Coimbra da Silva, de 20 anos, onde ela trabalha. De acordo com mãe da jovem, Suzamar Aparecida Coimbra, ela chegou a ficar 15 dias sem ir até o local.

 

Vitoria segue no hospital, em estado estável, ainda sem previsão de alta.

 

"Eu tentava esconder ela. Ela ficava um pouco na casa do pai, um pouco na minha, na da irmã. E quando saiu a medida protetiva, ela pensou: 'Agora eu estou segura, vou poder voltar a trabalhar e ter minha vida normal'. Mas infelizmente, né...", lembra a mãe.



 

Nas últimas duas semanas, antes do crime, Vitoria registrou três boletins de ocorrência na delegacia. No dia 2 de agosto, a Justiça concedeu uma medida protetiva para ela. Com isso, o ex-companheiro deveria manter distância.

 

Na segunda-feira (5), três dias depois, o homem invadiu a casa do avô da jovem e a ameaçou. Vitoria voltou à policia, mas, de acordo com o Tribunal de Justiça, o fato só foi informado ao judiciário na quarta-feira (7), três horas depois da jovem ter sido atingida pelo tiro.

 

"Quando a gente viu, ele entrou, de 'sopetão' e chegou pedindo: 'Me dá teu celular'. E ela disse: 'Não, não vou dar meu celular, eu tenho uma medida protetiva, vou chamar a polícia'. Quando ela disse isso, ele já sacou a arma. Ele já foi indo para o lado dela, e aí já não vi mais nada, só escutei o barulho do tiro e vi ele saindo correndo", conta a mãe.

 

Vitoria foi atingida no rosto. Ela foi internada e passou por cirurgia.

 

A jovem morava com o empresário há quase dois anos, mas há um mês resolveu se separar. Foi quando começaram as ameaças, de acordo com a família.

 

"Ele sempre teve muito ciúmes dela. Não sei se pelo fato de ela ser 20 anos mais nova, não sei se isso trazia uma insegurança para ele. Eu dizia: 'Tenha confiança, a Vitoria fica o dia inteiro na loja comigo'', relata Suzamar.

 

O delegado Ivair Santos, que investiga a tentativa de feminicídio, disse à equipe da RBS TV que os registros de ameaça foram feitos na Delegacia da Mulher, em Novo Hamburgo. Ele não soube dizer porque o pedido de prisão não foi feito quando Vitoria registrou o primeiro descumprimento da medida protetiva.

 

O homem teve a prisão preventiva decretada após atirar contra Vitoria. Ele ainda é procurado.

 

"Ele se encontra foragido. Já fizemos diversas diligências no intuito de prendê-lo. Nós pedimos ajuda a toda comunidade, que tenha conhecimento de onde ele esteja, que passe as informações através do número de telefone aqui da delegacia".

 

O número para denúncias é: (51) 9 8590 0522.

 

"Nessa situação em que a mulher recém rompeu o relacionamento, recém fez a primeira denúncia, recém ele foi intimado, é o momento de maior risco para essa mulher. A delegacia tem o dever de deslocar essa mulher para um local seguro, também fala do afastamento do trabalho, retirada de porte de arma", diz a advogada Renata Teixeira Jardim, especialista na Lei Maria da Penha.

 

A advogada reforça que família e vítimas devem denunciar agressões.

 

"De alguma forma a gente sabe que a denúncia é importante, no sentido de construir essas estratégias para essas mulheres se colocarem em segurança, mas o estado precisa garantir isso no momento que ela torna pública essa denúncia".

 

A mãe de Vitoria completa:

 

"Eles não ofereceram nenhuma medida, a segurança éramos nós que fazíamos tentando esconder ela." – G1.

 

Carlos Magno

 

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