O senador Tasso Jereissati (PSDB-CE), relator da reforma da
Previdência no Senado, afirmou nesta quinta-feira (22) que a eventual indicação
do deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) ao cargo de embaixador nos Estados
Unidos poderia atrapalhar a tramitação da proposta.
Eduardo é filho do presidente Jair Bolsonaro. A ideia da
indicação para a embaixada em Washington foi anunciada no fim de julho. De lá
para cá, o nome de Eduardo obteve o aval do governo norte-americano e elogios
do presidente dos EUA, Donald Trump.
No entanto, Bolsonaro ainda não enviou oficialmente a
indicação para o Senado. Futuros embaixadores devem ser sabatinados na Comissão
de Relações Exteriores da Casa e depois ter o nome aprovado no plenário. O
Palácio do Planalto considera que ainda não tem o apoio da maioria dos
senadores para a indicação.
"Eu acho que, no meio de uma discussão de um problema
tão complexo [Previdência], tão grave, que aflige toda a população brasileira,
a contaminação com esse outro problema [indicação de Eduardo], que pode dividir
mais ainda o Senado, não é boa para a Previdência", afirmou Tasso.
“Desidratar [o texto], não sei, mas atrapalha, sim.
Provavelmente, vai criar má vontade onde não existe”, completou o senador.
Líderes partidários calculam que a votação da Previdência
deve ser concluída no Senado no dia 10 de outubro. O texto ainda deve passar
pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Casa e por votação em dois
turnos no plenário.
Questionado se a indicação de Eduardo deveria chegar à Casa
apenas após a votação da proposta, Tasso respondeu: "No mínimo".
Mais cedo, Eduardo esteve mais uma vez no Senado para fazer
visitas aos gabinetes de parlamentares que poderão sabatiná-lo. As conversas do
deputado com senadores em busca de apoio se tornaram frequentes nos últimos
dias.
Questionado pela imprensa, Eduardo discordou que sua
indicação para a embaixada em Washington possa contaminar a votação da
Previdência.
"Não tem nada a ver. Os senadores vão fazer juízo se eu
sou merecedor ou não, ponto final. Outra questão é [a reforma] tributária,
reforma da Previdência, [projeto sobre liberação de] armas, enfim, acho que não
tem comunicação de uma coisa com a outra, não", afirmou o deputado – G1.
Carlos Magno
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