A Superintendência de Seguros Privados autorizou as
seguradoras consertar carros com peças de segunda mão. Peças usadas.
Na oficina do Flávio Ferraz, tão importante quanto consertar
é conversar.
“Eu estava fazendo a cotação de uma peça para um carro: uma
peça original custava R$ 1.500 e uma peça chinesa custava R$ 650. A vida útil
não vai ser a mesma, nada será a mesma. Então é isso que o usuário precisa
saber”, disse o mecânico.
É um dilema que quem tem seguro nunca precisou enfrentar. As
apólices sempre cobriram os consertos com peças originais.
A partir de agora as seguradoras não precisam mais usar só
peças originais no conserto dos veículos. A justificativa é que isso vai baixar
o preço do seguro. Mas e o consumidor? Agora ele fica dividido entre o amor
pelo carro e o cuidado com o bolso. Será que essa conta vale a pena?
A Susep, o órgão do governo que fiscaliza os seguros,
flexibilizou as regras para a proteção de veículos.
“O seguro com peças originais pode continuar sendo oferecido
sem problemas, mas também podem ser oferecidos seguros com peças novas
não-originais, nacionais e importadas, outras opções que tornem o seguro mais
barato. Peças usadas também podem ser utilizadas”, explicou Rafael Scherre,
diretor da Susep.
Atualmente, só 30% dos veículos que circulam no Brasil têm
seguro. O objetivo é expandir a cobertura para pelo menos metade da frota.
“A expectativa é que pelo menos 10% de redução dos preços do
seguro sejam alcançadas”, disse Scherre.
Especialistas apontam uma série de obstáculos no caminho. É
fundamental que os Detrans certifiquem a origem das peças usadas para evitar
roubos e desvios. Mas poucos estados do país estão prontos para cumprir essa
medida.
E a diminuição do preço do seguro também pode não ser tão
simples, como alerta o professor Renato Porto, especialista em direito do
consumidor.
“Ao longo do tempo, o que vai acabar acontecendo: esse preço
vai voltar a ser o que sempre foi, e a apólice de peças originais,
provavelmente, o preço vai disparar e o consumidor não vai ter mais condições
de fazer o que já fazia."
O engenheiro mecânico Marcelo é daqueles donos de carro que
reparam nos menores arranhões. Agora a preocupação aumentou: é um olho no
trânsito e o outro no contrato de seguro.
“Agora eu vou ficar muito mais atento nas letras pequenas do
contrato para saber o que realmente eles estão oferecendo nessa questão dessas
peças, principalmente em peças que impactam na segurança."
Outra norma publicada pela Superintendência de Seguros
Privados passou a permitir que os planos de seguro tenham período de vigência
de acordo com a conveniência do consumidor. Pode ser menor do que um ano ou
intermitente.
Nesse caso, o contrato é interrompido por um tempo e
retomado depois, com inclusão e exclusão de coberturas de risco – Jornal Nacional.
Carlos Magno
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