O socorro aos desamparados pela Igreja em Campina Grande vem
de longas datas. Foi fundada aqui em1912
a obra “Deus e Caridade”. Tratava-se de uma sociedade beneficente para acudir
os indigentes de toda sorte. Funcionou provisoriamente à Rua Treze de Maio,
depois na Rua Irineu Joffily e finalmente teve sede própria construída no
patrimônio da Igreja do Rosário, precisamente atrás desta, à Rua da Cadeia.
Em 1925 havia 360 sócios contribuintes. Eram cidadãos
abnegados, ocupados com a causa do bem e da solidariedade. Forneciam alimentos,
remédios, meios de transportes para os hospitais da Paraíba e do Recife.
Em 1929 foi iniciada,
através desta sociedade, a construção do “Asilo de Mendicinidade Deus e
Caridade” às margens do Açude Velho. A década de 1930 era marcada por grande
seca em toda Paraíba. A cidade de Campina Grande foi abrigo para muitos
infelizes advindos de localidades extremas e diversas. Daí a alma campinense
ter sido forjada como hospitaleira por
abrir caminhos para o recomeço de muitas pessoas aqui chegadas.
Os famintos multiplicavam-se com a estiagem prolongada em
todo centro do Estado. Sensibilizado com tamanha desassistência e miséria, o
vigário da Matriz, o Cônego José de Medeiros Delgado, com o auxílio dos
vicentinos da paróquia, instalou em 1931 o Dispensário de São Vicente de Paulo,
conhecido como o “Dispensário dos Pobres”.
A partir de 1936, o Padre Delgado, mantendo entendimentos
com o Arcebispo Metropolitano, Dom Moisés Coelho e a Madre Superiora, Irmã
Antoniette Blanchet, Provincial em Recife das Filhas de São Vicente de Paulo,
solicitou a vinda destas para dirigir o Dispensário dos Pobres em Campina
Grande.
Com a chegada das Filhas de São Vicente de Paulo – sendo
inicialmente quatro irmãs – e aprovação da assembleia geral, a instituição de
caridade passou a ser dirigida pelas religiosas, como permanece até os nossos
dias. Além dos cuidados com os idosos, o Asilo ampliou em todas estas décadas a
assistência às famílias carentes, à infância e à profissionalização com o apoio
da sociedade campinense e dos entes governamentais, tornando-se um farol de
graça e de misericórdia que marca a nossa história eclesial.
Ao prepararmos a celebração dos 250 anos da Igreja Matriz de
Campina Grande faz-se importante recontar esse caminho feito por muitos
corações inflamados de amor ao evangelho e à causa dos esquecidos.
Escutemos nosso Senhor Jesus Cristo na narrativa do último
julgamento: “Vinde benditos do meu Pai, recebei por herança o Reino preparado
para vós desde a fundação do mundo. Pois tive fome me destes de comer. Tive
sede e me destes de beber. Era forasteiro e me acolhestes. Estive nu e me
vestistes, doente e me visitastes, preso e vieste ver-me” (cf. Mt 25,34-36).
Por todos estes que plantaram a Igreja e sua obra redentora nesta cidade, o
nosso reconhecimento e gratidão!
Pe. Luciano Guedes do Nascimento Silva
Vigário Geral e Pároco da Catedral
Carlos Magno
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