Reportagem da jornalista Patrícia Campos Mello, na Folha de
S.Paulo, informa que o WhatsApp admitiu, pela primeira vez, que as eleições de
2018 no Brasil tiveram uso de envios massivos e ilegais de mensagens. O disparo
foi feito por meio de sistemas automatizados contratados de empresas.
Em palestra no Festival Gabo, o gerente de políticas
públicas e eleições globais do WhatsApp, Ben Supple, disse: “Na eleição
brasileira do ano passado houve a atuação de empresas fornecedoras de envios
massivos de mensagens, que violaram nossos termos de uso para atingir um grande
número de pessoas”.
A Folha revelou, em reportagens publicadas desde outubro do
ano passado, que, durante a campanha eleitoral, houve a contratação de empresas
de marketing que faziam envios de mensagens políticas, usando CPFs de idosos de
forma fraudulenta e até mesmo contratando agências estrangeiras.
Segundo uma das reportagens, empresários apoiadores do
presidente Jair Bolsonaro (PSL) bancaram o disparo de mensagens em massa contra
seu adversário nas eleições, o petista Fernando Haddad.
O executivo do WhatsApp também condenou, no mesmo evento, os
grupos públicos da plataforma acessados por meio de links que compartilham
conteúdo político, em sua maioria relacionados ao governo Bolsonaro.
Questionado se o uso do WhatsApp por campanhas políticas
violava as regras, ele afirmou: “Não viola desde que se respeitem todos os
termos de uso [que vedam automação e envio massivo]. Todos estão sujeitos aos
mesmos critérios, não importa se quem usa é um candidato à Presidência ou um
camponês do interior da Índia.” – MSN Notícias.
Carlos Magno
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