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10/10/2019

Plenário do TCU referenda decisão do Ministro Vital do Rêgo e mantém suspensa campanha do pacote anticrime de Moro


O plenário do Tribunal de Contas da União (TCU) manteve nesta quarta-feira, 9, a decisão liminar do ministro Vital do Rêgo que suspendeu a veiculação da campanha publicitária do pacote anticrime elaborado pelo governo do presidente Jair Bolsonaro. Encomendada pela Secretaria de Comunicação da Presidência da República à agência Artplan, a propaganda com o slogan “Pacote anticrime: a lei tem que estar acima da impunidade” foi lançada na semana passada e seria divulgada até o dia 31 de outubro. A campanha custou 10 milhões de reais.

 

Votaram por referendar a decisão de Rêgo os ministros Bruno Dantas, Ana Arraes, Raimundo Carreiro, Aroldo Cedraz e Augusto Nardes. Os ministros Augusto Sherman Cavalcanti e Walton Alencar Rodrigues votaram por derrubar a liminar e ficaram vencidos no julgamento.



 

O entendimento foi tomado em duas ações que pediam a suspensão da campanha publicitária, uma impetrada pelo Ministério Público junto ao TCU e outra pelos deputados federais Marcelo Freixo (PSOL-RJ), Orlando Silva (PCdoB) e Paulo Teixeira (PT-SP) e o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP).

 

Os parlamentares oposicionistas sustentavam que o pacote anticrime “ainda é algo irreal”, não é uma política de governo, mas sim um projeto legislativo, e como tal não pode ser objeto de campanha publicitária institucional. O argumento se sustenta no artigo 37 da Constituição, segundo o qual “a publicidade dos atos, programas, obras, serviços e campanhas dos órgãos públicos deverá ter caráter educativo, informativo ou de orientação social”.

 

Relator do caso, Vital do Rêgo concordou com o argumento e foi acompanhado pela maioria do plenário. “Não vislumbro como alinhar a divulgação de um projeto de lei que ainda será discutido pelo parlamento com o objetivo de ‘de informar, educar, orientar, mobilizar, prevenir ou alertar a população para a adoção de comportamentos que gerem benefícios individuais e/ou coletivos’”, disse o ministro.

 

Na liminar, Vital do Rêgo abriu 15 dias de prazo para que o titular da Secretaria de Comunicação do governo Bolsonaro, Fabio Wajngarten, apresente ao tribunal algumas explicações, como o fundamento legal para a realização da publicidade, o custo detalhado da iniciativa e os documentos relativos ao processo licitatório.

 

Em transmissão na internet para abertura do Simpósio Conservador de Ribeirão Preto, no sábado 5, Jair Bolsonaro disse que “chegando a liminar, imediatamente a gente vai suspender isso daí [a campanha]”. Até a tarde desta quarta-feira, as peças da campanha do pacote anticrime continuavam a ser veiculadas – Veja.

 

Carlos Magno

 

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