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25/10/2019

Mudou o que mesmo? Juro do cheque especial vai a 306,9% e do cartão de crédito rotativo sobe a 307,2% ao ano, diz BC


Os juros bancários médios cobrados no cheque especial e no cartão de crédito rotativo registraram elevação em setembro, de acordo com informações divulgadas pelo Banco Central (BC) nesta sexta-feira (25). Nas duas linhas de crédito, as taxas continuaram acima de 300% ao ano.

 

O juro médio do cartão de crédito rotativo para pessoas físicas subiu de 307,2% ao ano, em agosto, para 307,8% ao ano, em setembro deste ano. Na parcial deste ano, o crescimento foi de 22,4 pontos percentuais, pois a taxa estava em 285,4% ao ano no fim de 2018.

 

Já a taxa média do cheque especial, de acordo com a instituição, avançou de 306,9% em agosto para 307,6% em setembro de 2019. Nos nove primeiros meses deste ano, porém, houve uma queda foi de 5 pontos percentuais – pois a taxa somava 312,6% ao ano no fim de 2018.



 

O comportamento dos juros bancários em agosto, e na parcial do ano, acontece em um ambiente de queda da taxa básica da economia, fixada pelo Banco Central a cada 45 dias para controlar a inflação. Essa taxa caiu de 6,5% para 6% ao ano no fim de julho e recuou novamente, para 5,5% ao ano, em setembro.

 

Ao mesmo tempo, o crescimento das taxas cobradas pelos bancos foi registrado em um ambiente de estabilidade na inadimplência. A taxa geral de inadimplência para pessoas físicas e para as empresas (com recursos livres) permaneceu em 3,9% em setembro.

 

Linhas de crédito mais caras

 

O crédito rotativo do cartão de crédito pode ser acionado por quem não pode pagar o valor total da sua fatura na data do vencimento, mas não quer ficar inadimplente.

 

Para usar o crédito rotativo, o consumidor paga qualquer valor entre o mínimo e total da fatura. O restante é automaticamente financiado e lançado no mês seguinte, com juros.

 

O cheque especial é uma linha emergencial que permite ao correntista gastar um certo limite definido pelo banco, mesmo que ele não tenha dinheiro na conta.

 

A recomendação de especialistas é de que os clientes evitem essas linhas de crédito ou as utilizem por um período muito curto de tempo, pois as taxas de juros cobradas são extremamente elevadas.

 

A orientação é que os clientes substituam essas modalidades por linhas mais baratas, como, por exemplo, o crédito consignado, em que as prestações do empréstimo são descontadas da folha de pagamentos.

 

Juros bancários médios

 

De acordo com o BC, houve pequena queda nos juros médios das instituições com recursos livres (sem contar BNDES, crédito rural e imobiliário) de agosto para setembro. Entretanto, a taxa média de empresas e pessoas físicas avançou na parcial do ano.

 

a taxa média total (pessoa física e jurídica) passou de 37,9% ao ano, em agosto, para 36,9% ao ano em setembro. Na parcial do ano, avançou 1,3 ponto percentual, pois estava em 35,6% ao ano no fim de 2018;

 

os juros nas operações com pessoas físicas passaram de 52% ao ano, em agosto, para 51,3% ao ano, em setembro. Nos nove primeiros meses do ano, subiram 2,4 pontos percentuais, pois somavam 48,9% ao ano no fechamento de 2018;

 

a taxa média cobrada das empresas recuou de 18,9% ao ano, em agosto, para 17,8% ao ano, em setembro. Na parcial deste ano, caiu um ponto percentual, pois estava em 18,8% ao ano no fim de 2018.

 

Spread bancário

 

O chamado spread bancário (diferença entre o que os bancos pagam pelos recursos e o que cobram de seus clientes) registrou queda em setembro.

 

Na parcial do ano, mesmo com os cortes de juros feitos pelo BC, porém, houve alta. Isso quer dizer que a redução não foi repassada aos consumidores. Além disso, o spread bancário segue em patamar elevado para padrões internacionais.

 

No caso das operações com pessoas físicas e com empresas, o spread passou de 31,6 pontos em agosto para 30,8 pontos em setembro. No final do ano passado, o spread médio estava em 27,8 pontos.

 

Nas operações com pessoas físicas, recuou de 45,5 pontos para 45 pontos de agosto para setembro (contra 40,7 pontos em dezembro de 2018).

 

O spread é composto pelo lucro dos bancos, pela taxa de inadimplência, por custos administrativos, pelos depósitos compulsórios (que são mantidos no Banco Central) e pelos tributos cobrados pelo governo federal, entre outros.

 

Juros bancários elevados

 

Juros bancários elevados inibem o consumo e também os investimentos na economia brasileira. Esse é um dos problemas, segundo economistas, a serem enfrentados pela gestão do presidente Jair Bolsonaro.

 

Dados do BC mostram que os cinco maiores conglomerados bancários do país   detinham, no fim de 2018, 84,8% do mercado de crédito. Esse cálculo inclui os bancos comerciais, os múltiplos com carteira comercial e as caixas econômicas.

 

No ano passado, a rentabilidade dos bancos brasileiros ficou no maior patamar em sete anos e o lucro líquido dos bancos somou R$ 98,5 bilhões, recorde da série histórica que começa em 1994. 

 

O economista Roberto Campos Neto, antes de ter seu nome aprovado para comandar o Banco Central, avaliou que o sistema bancário brasileiro não é mais concentrado do que em outras economias desenvolvidas e disse que atuará fortemente para reduzir o spread e os juros bancários – G1.

 

 

 

Carlos Magno

 

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