A 1ª Delegacia de Polícia Civil de Gravataí-RS investiga a
violação de um túmulo e a hipótese de abuso sexual de uma mulher morta neste
domingo (10), no cemitério Rincão da Madalena. O corpo foi retirado da cova e
encontrado seminu por familiares, na manhã desta segunda-feira (11), em uma
área próxima.
Segundo o delegado Márcio Zachello, o corpo foi levado ao
Departamento Médico Legal (DML) para perícia.
"Retiraram o corpo, levaram a uma área verde que
pertence à prefeitura e, pelos sinais, há indicativo de que possa ter sofrido
algum ato com conotação sexual", afirma. "Vamos pedir ao IGP
(Instituto Geral de Perícias) para complementar os indicativos iniciais."
De acordo com Jaqueline Veras, uma das irmãs da vítima, a
mulher de 49 anos foi levada às pressas, na manhã de sábado (9), para o
hospital Dom João Becker com insuficiência respiratória. Aposentada por
invalidez devido à Síndrome de Raynaud e com esclerose sistêmica, a mulher
tinha apenas 40% da capacidade de um pulmão para respirar.
Sem responder ao aumento do oxigênio, ela teve a morte
atestada por volta das 11h40. O funeral ocorreu às 9h do dia seguinte e, às
11h, o corpo foi enterrado no cemitério do Rincão da Madalena.
"A gente achou um pouco estranho porque o caixão ficou
acima da terra. Colocaram pouca terra, bem ralinho", descreve Jaqueline.
Após isso, ela voltou para casa para descansar. Nesta
segunda, acordou com a ligação de uma cunhada pedindo que fosse ao cemitério,
pois haviam recebido uma ligação anônima de uma pessoa não identificada que
garantira que a irmã não estaria no túmulo em que foi sepultada.
"Fomos todos correndo para o cemitério. Perguntei se
sabiam de alguma coisa, e o guarda disse que não. Saí do carro e, em vez de ir
na lápide dela, fui em outra, errada. Pensei: 'Mentira, ninguém mexeu'. Mas meu
irmão disse que era outro [túmulo] e, quando cheguei, o corpo não estava dentro
do caixão. Estava tudo quebrado", descreve.
Jaqueline conta que o marido, dois irmãos e dois sobrinhos
perceberam um rastro de terra e seguiram em direção a uma clareira.
"Quem sabe teria saído, sobrevivido. Na hora, foi uma
coisa apavorante", comenta sobre o que sentiu na hora. "Umas quatro
quadras de lápides depois, tinha uma roupa pendurada, e lembrei que era a saia
que tinha colocado nela. Fui um pouco [adiante] e vi o corpo dela."
De acordo com a descrição de Jaqueline, a irmã estava com a
parte inferior do corpo despida e as pernas abertas, com as mãos cruzadas sobre
o peito, em um "estado lamentável". Ela não suspeita de furto, já que
a irmã não tinha nenhum pertence enterrado com ela.
"Não tinha nada para roubar. Foi violação e
abuso", afirma.
"Pensei que tinha ressuscitado. Quando vimos a roupa,
que caímos na real, e soubemos que tinham pegado para abusar."
O delegado Zachello diz que ainda não há suspeitos pelo
crime, mas que, quando for identificado, o autor deve responder por vilipêndio
de cadáver. A pena por este crime varia de um a três anos de prisão.
A Prefeitura de Gravataí afirma que a vigilância do
cemitério é feita por uma empresa terceirizada e que "foi notificada para
que explique o ocorrido" – G1.
Carlos Magno
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