Xuxa Meneghel escreveu em sua coluna da revista Vogue na
segunda-feira, 25, sobre os abusos sexuais que sofreu na infância, desde que
tinha cerca de quatro anos de idade.
Apontando os sentimentos de culpa, raiva, medo e impotência,
a apresentadora relembra que, quando pequena, tomava uma bebida com uma baixa
dosagem de álcool para abrir o apetite, que a deixava com mais sono que o
normal - algo que era "normal" para crianças em famílias da região
sul do País, segundo ela.
Até que certo dia, enquanto dormia, sofreu o primeiro abuso.
"Me lembro de um cheiro de álcool de alguém, uma barba que machucou o meu
rosto e algo que foi colocado na minha boca. Acordei dizendo que alguém tinha
feito xixi na minha boca e meus irmãos disseram que eu tinha sonhado",
recorda.
Sem revelar nome, Xuxa conta também que era tocada por
"um parente distante". "Colocavam o dedo, doía, não sabia
distinguir o que sentia. Por isso não chorava e nem reclamava com ninguém sobre
o acontecido", relata.
"Essa mesma pessoa vinha ao Rio [de Janeiro] quando eu
já tinha entre nove e dez anos, e, quando a família dormia, colocava seus dedos
por debaixo dos lençóis e me tocava. Nesse tempo, esse parente distante já era
um adolescente e sempre que podia me tocava. Por que eu não gritava, não
chorava? Não sei", completa.
Xuxa afirma que também foi abusada por um professor de sua
escola, um ex-namorado de sua avó - que pedia para a pequena "sentar no
colo dele" - e um amigo de seu pai, que a encurralou em uma parede aos 13
anos e colocou as mãos por baixo de sua camiseta.
"Ele tentou beijar minha boca. Me lembro que chovia e
eu saí correndo pela rua até chegar na praia. Chorava muito, peguei um punhado
de areia e passava no meu corpo para limpar toda sujeira que estava impregnada
há anos", conta.
Com medo de contar para os parentes mais próximos e
desestruturar a família, Xuxa revela que se calou por 50 anos, até o dia que
resolveu falar sobre o caso no Fantástico, da Globo. Por fim, ela aponta que
essas situações, ocorridas dos quatro aos 13 anos, a fizeram ter "manias
de limpeza", que se perpetuam até hoje.
"Tomo de três a quatro banhos por dia, tenho vontade de
estar com crianças pois elas não me fariam nenhum mal." – Estadão.
Carlos Magno
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