O padrinho de uma jovem do município de Ubajara, interior do
Ceará, é suspeito de estuprar a própria afilhada. A mãe da vítima afirmou que
descobriu o caso somente após ler uma carta na qual a adolescente relatava os
abusos sofridos durante todo o ano para uma colega de escola. Um boletim de
ocorrência foi registrado pela mãe da adolescente e a Polícia Civil do Estado
do Ceará (PCCE) afirma que está investigando o caso.
De acordo com a mulher, que trabalha de forma autônoma nas
festividades de diversos municípios do estado, em uma das viagens, na cidade de
Sobral, no mês passado, ela, ao organizar os pertences da filha em uma bolsa,
descobriu uma carta escrita à mão em que há o desabafo da jovem sobre as
violências sofridas. “No papel, ela disse tudo o que estava passando. Eu não
tinha ideia de que isso poderia estar acontecendo. Ela nunca havia me falado
nada”, disse.
A adolescente, conforme a autônoma, foi estuprada na
residência do padrinho, marido da irmã da mulher. Ela informou que, por conta
do trabalho, desde quando nasceu, a filha é deixada na casa dos padrinhos.
“Ela sempre ficou lá. Por causa das viagens, geralmente ela
ficava durante toda a semana na casa deles e, na sexta-feira, eu a buscava,
para ficar conosco, com o pai e o irmão dela. Eu deixava ela na casa da minha
irmã. Eles eram os padrinhos dela. Ele era como se fosse o segundo pai para
ela, que viu minha filha crescer.”
Pedido de socorro
Na carta, a jovem faz um pedido de socorro para uma amiga.
Ela afirma que os abusos aconteceram quando ela era criança e também neste ano.
“Amiga, eu não aguento mais! Eu te disse naquele dia que o abuso aconteceu só
quando eu era criança, mas não foi, não. Esse ano todo, eu sofri com esse monstro
que é o meu 'padrinho' e eu não consigo mandar ele parar por medo de ele
machucar o meu irmão. Eu sofri esse tempo todo calada, sem coragem de contar
para alguém, até que decidi falar para ti", desabafou a vítima na carta.
A adolescente afirma também que já não aguenta mais a
violência sofrida e que, por isso, decidiu se pronunciar. “Eu já não aguentava
mais, amiga. Eu não quero mais sofrer. A única vez que não sofro é quando estou
com minha mãe, quando estou longe daquele monstro.”
A mãe da jovem disse que, ao ler a carta, perplexa, decidiu
primeiramente conversar com a filha que, de prontidão, confirmou tudo o que
estava escrito: “Eu a chamei para conversar no quarto e ela, ao me abraçar,
chorando, me disse que tudo era verdade. Eu pensei que ele tinha tocado nela,
mas não que tinha consumado o ato”.
Após conversar com a filha, a mulher afirmou que levou a
adolescente a um ginecologista para, assim, ter provas sobre o que aconteceu.
Nos exames, o laudo médico comprovou que havia sinais recentes de relações
sexuais. “Minha filha tem 14 anos, na época, tinha 13, mas é uma criança. Ela
nem havia menstruado ainda. É uma menina que só ia da escola para casa e
vice-versa”, disse a mãe da menina.
Ao reportar o caso para a irmã, a mulher afirmou que, apesar
de ter acatado a denúncia, a irmã ainda continua morando com o suspeito. “Ela
ficou triste quando eu falei para ela sobre o caso, cheguei a conversar nos
dias seguintes, até aconselhando-a. Mas, depois de um tempo, não falei mais com
ela. Eu acreditava que quando todo mundo soubesse, ninguém iria apoiar mais
ele. Ela disse que tem vergonha de mim e da minha família por causa de tudo o
que aconteceu, mas quem deveria ter vergonha é ele. Para mim, ele não é mais
nada da minha filha. Ele é um monstro!”
Investigações
A autônoma alegou que registrou o caso na Delegacia
Municipal de Ubajara, mas que, até agora, apenas a filha e as colegas prestaram
depoimento, mas que ela não foi chamada para ser ouvida, bem como também o
suspeito não foi notificado pela Polícia sobre as acusações:
“Eu não entendo, pois já temos todos os documentos. Eu
pensei que ele seria chamado. Nós não temos condições de pagar um advogado, mas
já solicitei orientações para um profissional, pois eu espero que ele seja
preso", afirmou.
Em nota, a Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social
(SSPDS) afirmou que inquérito policial foi instaurado na Delegacia Municipal de
Ubajara para que o caso de estupro de vulnerável seja investigado. O órgão
informou ainda que A Polícia Civil enviará o inquérito ao Poder Judiciário – G1.
Carlos Magno
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