"Devemos acreditar que os outros precisam de paz tanto
quanto nós. A paz não será obtida a menos que se espere. Peçamos ao Senhor o
dom da paz!", escreveu o Papa no seu Twitter em nove idiomas (inglês,
árabe, italiano, espanhol, polaco, latim, francês, português e alemão).
O apelo à paz por Francisco ocorre durante a escalada de
tensão entre os Estados Unidos da América (EUA) e o Irã, após a operação
norte-americana que matou o poderoso general iraniano Qassem Soleimani em
Bagdad, no Iraque.
O núncio apostólico no Irã, Leo Boccardi, informou o Papa
sobre os acontecimentos no Iraque e disse estar "apreensivo" com a
situação, segundo o portal de notícias da Santa Sé, Vatican News.
O diplomata disse que a posição do Vaticano é um apelo para
"diminuir a tensão, convocar todos para a negociação e acreditar no
diálogo ciente de que, como a História sempre mostrou, guerra e armas não são a
solução".
"É necessário acreditar na negociação, é preciso
acreditar no diálogo. É preciso desistir do conflito e equipar-se com outras
armas, as da justiça e da boa vontade", afirmou Boccardi.
Por sua parte, o bispo auxiliar de Bagdad, Shlemon Warduni,
pediu ao mundo que orasse pela paz neste momento "crítico, muito
difícil", provocado "apenas por interesses pessoais".
Questionado sobre como a comunidade cristã está a viver este
momento, Warduni disse que "todo o mundo tem medo de que se esteja a
caminhar para uma guerra", algo que seria "uma coisa tremenda".
"Não temos paz e é por isso que queremos paz e
tranquilidade. Espero que os chefes de Estado o façam, porque o mundo está de
cabeça para baixo. Em vez de semear a paz, o ódio está a ser semeado",
lamentou.
O comandante da força de elite iraniana Al-Quds, o general
Qassem Soleimani, morreu na sexta-feira num ataque aéreo contra o aeroporto
internacional de Bagdad que o Pentágono declarou ter sido ordenado pelo
Presidente dos Estados Unidos.
No mesmo ataque morreu também o 'número dois' da coligação
de grupos paramilitares pró-iranianos no Iraque, Abu Mehdi al-Muhandis,
conhecida como Mobilização Popular [Hachd al-Chaabi], além de outras seis
pessoas.
O ataque ocorreu três dias depois de um assalto inédito à
embaixada norte-americana que durou dois dias e apenas terminou quando Trump
anunciou o envio de mais 750 soldados para o Médio Oriente – MSN Notícias.
Carlos Magno
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