As contas externas do Brasil registraram um rombo de US$
50,762 bilhões no ano de 2019, o que representa uma alta de 22% frente ao ano
anterior, quando somou US$ 41,540 bilhões. Os números foram divulgados nesta
segunda-feira (27) pelo Banco Central.
O déficit em transações correntes, um dos principais sobre o
setor externo do país, é formado pela balança comercial (comércio de produtos
entre o Brasil e outros países), pelos serviços adquiridos por brasileiros no
exterior e pelas rendas (remessas de juros, lucros e dividendos do Brasil para
o exterior).
O resultado ficou um pouco abaixo da previsão do BC para o
ano passado (o déficit esperado era de US$ 51,1 bilhões). Ainda assim, foi o
maior déficit em transações correntes em quatro anos.
De acordo com os dados do BC, o aumento no rombo das contas
externas se deve, principalmente, ao saldo da balança comercial que, apesar de
positivo, foi US$ 13,64 bilhões menor do que em 2018.
A conta de serviços registrou déficit igual ao do ano
passado, enquanto as rendas diminuíram seu rombo, que caiu de US$ 58,285
bilhões, em 2018, para US$ US$ 55,989 bilhões no último ano.
Somente em dezembro do ano passado, de acordo com
informações oficiais, o rombo nas contas externas somou US$ 5,691 bilhões,
contra US$ 6,116 bilhões no mesmo mês de 2018.
Para todo ano de 2020, a expectativa do Banco Central é de
uma nova piora no déficit em transações correntes, para US$ 57,7 bilhões.
Investimento
estrangeiro direto
O Banco Central também informou que os investimentos
estrangeiros diretos na economia brasileira somaram US$ 78,559 bilhões em 2019,
com pequena alta frente ao ano anterior - quando totalizou US$ 78,163 bilhões.
Com isso, os investimentos estrangeiros foram suficientes
para cobrir o rombo das contas externas no ano de 2019, de US$ 50,762 bilhões.
Somente em dezembro do ano passado, os investimentos
estrangeiros na economia brasileira somaram US$ 9,434 bilhões, contra US$ 8,294
bilhões no mesmo mês de 2018.
Para 2020, o Banco Central estima um ingresso de US$ 80
bilhões em investimentos estrangeiros diretos na economia brasileira.
Revisão da
metodologia
Em agosto do ano passado, o Banco Central mudou a
metodologia de cálculo dos números das contas externas e, por isso, revisou os
valores registrados nos últimos anos.
De acordo com a instituição, a revisão refletiu o uso de
"novas fontes de dados para as transações entre residentes e não
residentes realizadas diretamente no exterior – buscando suprir esta que é a
mais importante lacuna de informações no balanço de pagamentos brasileiro –,
além da melhoria de qualidade de fontes já existentes".
Por conta da alteração, o rombo na contas externas do ano de
2017 subiu de US$ 7,2 bilhões (estatística anterior) para US$ 15 bilhões. O
déficit em transações correntes de 2018 foi revisado de US$ 15 bilhões para US$
41,5 bilhões.
A revisão também afetou o resultado do ingresso de
investimentos diretos na economia brasileira.
Em 2017, por exemplo, pela nova metodologia, os
investimentos estrangeiros somaram US$ 68,9 bilhões, contra os US$ 70,3 bilhões
informados anteriormente. Em 2018, foram de US$ 88,3 bilhões para US$ 78,1
bilhões – G1.
Carlos Magno
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