Após três anos, a Polícia Civil concluiu que a maquiadora
Daniele Aparecida Capelari Plachi, de 33 anos, foi morta pelo então noivo,
Cássio Ribeiro, em uma cachoeira de Bandeira do Sul (MG). O caso aconteceu em
novembro de 2016 e era investigado desde então, até que o inquérito foi
concluído como feminicídio com qualificação por afogamento. O suspeito foi
preso no final do mês passado.
Cássio e Daniele, que eram de Poços de Caldas (MG), estavam
a passeio na cidade quando ela se afogou. Na época, o noivo chegou a dizer que
ele escorregou primeiro e que quando conseguiu sair de dentro da água, a noiva
já havia desaparecido na cachoeira. Ele também disse acreditar que ela teria
tentado salvá-lo quando foi levada pela correnteza.
O corpo de Daniele só foi encontrado no dia seguinte, após
buscas realizadas pelo Corpo de Bombeiros. O irmão da vítima, no entanto,
contestou a versão e disse que ela não sabia nadar e que poderia ter
escorregado em vez de entrar propositalmente na água.
Investigações
Na época, o noivo disse também que eles tinham feito duas
selfies no celular momentos antes dela cair e ser levada pela água. O aparelho
também ficou molhado e foi levado para perícia, para que a polícia pudesse
tentar recuperar as imagens para análise.
Agora, segundo o delegado Tales de Souza Moreira, a perícia
e a equipe responsável pela investigação, "por meio dos elementos obtidos,
incluindo diversos depoimentos, laudos periciais e reconstituição dos
fatos", conseguiu apontar contradições nos relatos e depoimentos do noivo.
Segundo nota divulgada pela polícia, a investigação mostrou
que o relacionamento dos dois "era conturbado e que o investigado seria
ciumento e possessivo".
"Além disso, o celular da vítima foi periciado no
Instituto de Criminalística da PCMG (Polícia Civil de Minas Gerais) e não foram
encontradas 'selfies' do casal, como alegado pelo investigado. Diversas outras
contradições levaram à conclusão pelo homicídio e não apenas um acidente",
afirmou o delegado.
Indiciamento
Com o inquérito finalizado, Cássio Ribeiro foi indiciado por
feminicídio, qualificado pelo afogamento. O suspeito foi localizado e preso em
um bar em Poços de Caldas nesta quarta-feira e depois levado para o presídio da
cidade. O processo foi encaminhado à Justiça.
O G1 tenta contato com a defesa de Cássio Ribeiro, mas até
esta publicação não havia obtido retorno – G1.
Carlos Magno
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