Ricardo José Rímola venceu uma batalha judicial contra a
Globo, mesmo após a sua morte. A emissora carioca foi condenada pelo Tribunal
de Justiça do Rio de Janeiro (RJ) a pagar uma indenização de R$ 30 mil
acrescida de juros por uso indevido de imagem e dano moral para o professor.
Em 2013, ele foi vítima de uma pegadinha no quadro ‘X1000’,
do Caldeirão do Huck, e não autorizou a exibição de sua imagem. Contudo, o
programa mostrou Rímola no quadro mesmo assim, o que gerou o processo. Porém, a
decisão demorou para chegar, pois em 2015, Ricardo morreu em decorrência de
problemas pulmonares.
De acordo com o Notícias da TV, na ocasião, Rímola tinha
saído de uma consulta médica quando foi abordado por um ator da atração, que
interpretava um falso desempregado, na praça Saenz Peña, no bairro da Tijuca. O
homem, que usava uma camisa manchada por uma caneta azul estourada, pediu a
camisa do professor emprestada porque tinha uma entrevista de emprego.
A ideia do quadro era que a primeira pessoa que aceitasse
emprestar a roupa para o homem ir à entrevista seria festejado por Luciano Huck
e uma banda de fanfarra, além de receber o direito de multiplicar o valor das
moedas que tivesse no bolso por mil.
Rímola não aceitou ceder a sua camisa e foi abordado por
dois produtores do programa, que explicaram o quadro e pediram que ele
assinasse um termo de uso de imagem. O professor não autorizou que seu rosto
aparecesse na Globo. Ao descumprir esta ordem, a Globo atrelou,
automaticamente, a imagem de Rímola a uma pessoa que não faz gentilezas.
“A Rede Globo fez uso da imagem do autor sem seu devido
consentimento. Tal fato, por si só, já se caracteriza como reprovável, pois nem
todas as pessoas desejam participar de quadros televisivos em cadeia nacional
[…] No caso em análise, o autor não atendeu à solicitação [do ator], sendo
retratado em cadeia nacional como exemplo de pessoa não gentil, evidenciando,
assim, uma característica negativa”, defendeu o magistrado Leonardo Grandmasson
Ferreira.
Ainda de acordo com a publicação, Rímola era coordenador do
Curso de Enfermagem da Universidade São Camilo, além de ser professor de
Legislação e Ética do centro de ensino, e passou a ser alvo de piadas dos
alunos.
A emissora ainda pode entrar com recurso contra a decisão, e
no processo, disse que não houve lesão à imagem do autor e que há “ausência de
provas acerca dos fatos alegados, pedindo pela improcedência do pedido” – MSN Notícias.
Carlos Magno
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