De máscara, o presidente Jair Bolsonaro fez uma live no
Facebook na noite desta quinta-feira (12/3). Ao lado do ministro da Saúde, Luiz
Henrique Mandetta, o chefe do Executivo lembrou que faz parte do grupo de risco
para o novo coronavírus e não descartou está infectado. "Não tem uma
grande letalidade, mas pessoas acima de 60 anos, meu caso, pode ter
complicações", afirmou. O ministro também ressaltou esse mesmo ponto.
"Um homem de 64 anos, que sofreu aquela agressão, a facada, superou, tem o
sistema imunológico bom… a grande maioria sai muito bem, como uma gripe. Se der
positivo, o presidente vai despachar daqui e vamos seguir a vida",
tranquilizou.
A suspeita de infecção do presidente surgiu depois da viagem
aos Estados Unidos. O secretário de Comunicação da Presidência, Fábio
Wajngarten, que estava na comitiva, testou positivo para o vírus. O resultado
dos exames do presidente deve ficar pronto esta noite. Além dele, a
primeira-dama, Michelle Bolsonaro, e o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP)
fizeram o teste no Palácio da Alvorada.
O presidente aproveitou a live para adiantar o assunto do
pronunciamento que fez em rede nacional nesta noite de quinta-feira (12/3).
Segundo ele, a fala será para pedir que as pessoas adiem o movimento previsto
para ocorrer neste domingo (15/3) a favor do presidente e contra o Legislativo
e o Judiciário. "O que eu vejo é que
o que devemos é evitar que haja uma explosão de pessoas infectadas,
porque os hospitais não dariam vazão", ressaltou. Antes, porém, o
presidente comparou a manifestação com um ônibus lotado. "São Paulo, esse
horário, o metrô está cheio. No Rio de Janeiro, os ônibus estão cheios. É mais
um agrupamento de pessoas", disse. Bolsonaro também ressaltou que não se
opõe ao movimento, mas que também não o está convocando. "É um movimento
espontâneo. É um direito do povo, contra ou favor", lembrou.
O presidente foi acusado de convocar as pessoas para a
manifestação por meio de um vídeo compartilhado pelo WhatsApp e divulgado pela
jornalista Vera Magalhães, do jornal O Estado de S.Paulo. Ele negou.
Novo ministro
Bolsonaro também aproveitou a oportunidade para lembrar que,
no fim do ano, poderá indicar um novo ministro para o Supremo Tribunal Federal
(STF) e que o escolhido será alguém alinhado com a sua política. "Se eu
tiver vivo até lá e presidente, eu posso indicar um ministro no fim do ano.
Indicação será minha, me deram essa legitimidade. Ele vai ter que confiar em
mim. É independência a partir do momento da posse”, ressaltou. A vaga que
surgirá é a hoje ocupada pelo decano da Corte, Celso de Mello – Correio Braziliense.
Há dois dias, durante discurso nos Estados Unidos, país que
anunciou várias medidas conta a expansão do coronavírus, o presidente Jair
Bolsonaro disse, durante um discurso em um evento em Miami, que a "questão
do coronavírus" não é "isso tudo" e se trata muito mais de uma
"fantasia" propagada pela mídia no mundo todo – G1.
Carlos Magno
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