O estado de São Paulo registrou o primeiro caso no Brasil de
morte de pessoa infectada pelo novo coronavírus (Sars-Cov-2), segundo informou
o governo estadual nesta terça-feira (17). O homem tinha 62 anos e estava
internado em um hospital particular. Ele tinha histórico de diabetes e
hipertensão, além de hiperplasia prostática — um aumento benigno da próstata
que não é uma doença, mas uma condição comum em homens mais velhos que pode
causar infecções urinárias.
Até a última atualização desta reportagem, não havia sido
divulgada a cidade onde o homem morava e nem se ele viajou ao exterior ou se
teve contato com alguém contaminado no Brasil.
Nesta manhã, no momento em que a morte foi anunciada pelo
governo de São Paulo, havia 301 casos da doença causada pelo vírus, a Covid-19,
confirmados pelas secretarias de Saúde dos estados. Boletim do Ministério da
Saúde desta segunda-feira (11) confirmava 234 casos.
A Secretária Estadual de Saúde confirmava, ainda na
segunda-feira, 152 casos da doença em São Paulo. O número era mantido até a
manhã desta terça. Ao todo, são mais 1.777 casos suspeitos de coronavírus no
estado.
O governo de São Paulo avalia que o surto de coronavírus
deve durar "de quatro a cinco meses". No entanto, as medidas
restritivas adotadas pela administração estadual, como a suspensão das aulas e
a restrição de eventos (leia mais abaixo), não devem ser aplicadas durante todo
este período.
Estado de emergência
na cidade de São Paulo
Nesta terça-feira, foi publicado no Diário Oficial da cidade
de São Paulo decreto de estado de emergência, que permitirá à Prefeitura
requisitar bens e serviços de pessoas naturais e jurídicas, com pagamento
posterior de indenização justa.
Isso significa dizer que a Prefeitura poderá, por exemplo,
exigir dos fabricantes de álcool em gel que vendam o produto à administração
pública a “preço justo”, em caso de falta. O decreto de emergência também
autoriza a dispensa de licitação para aquisição de bens e serviços destinados
ao enfrentamento da emergência.
Foram impostas, ainda, uma série de medidas para restrição
da circulação de pessoas na capital paulista e no estado. As aulas nas escolas
municipais e estaduais estão sendo suspensas, de forma gradual, desde o início
da semana e devem ser totalmente interrompidas até sexta-feira (20). A
suspensão também ocorre em escolas particulares e universidades.
O governo estadual determinou o cancelamento de eventos
públicos estaduais, independentemente do número de pessoas. A Prefeitura de São
Paulo deverá suspender o alvará para grandes eventos, que já estão sendo
cancelados e adiados.
Funcionários públicos com mais de 60 anos, com exceção dos
que atuam nas áreas de Segurança e Saúde, irão trabalhar de casa. A Prefeitura
de São Paulo recomendou que os idosos, acima de 60 anos, evitem usar o
transporte público para evitar o risco de contaminação e proliferação da
doença.
As medidas mudaram o cenário da cidade de São Paulo, que
tinha poucos carros e pedestres nesta segunda e na terça-feira. Às 8h desta
terça, as ruas da cidade estavam vazias e o índice de lentidão estava bem
abaixo da média. De acordo com a Companhia de Engenharia de Tráfego (CET), às
7h havia 7 quilômetros de congestionamento na cidade, quando a média varia
entre 25 e 39 quilômetros.
Reavaliação de testes
laboratoriais
Ainda na segunda-feira, o governo estadual informou que
"vai avaliar" a nova recomendação da Organização Mundial da Saúde
(OMS) para que todos os casos suspeitos do novo coronavírus sejam submetidos a
exames laboratoriais. A afirmação foi feita pelo secretário estadual da Saúde,
José Henrique Germann.
Na sexta-feira (13) o governo de São Paulo havia anunciado
que somente pacientes internados seriam submetidos ao teste laboratorial na
rede pública e que o diagnóstico clínico seria adotado para outros casos suspeitos
– G1.
Carlos Magno
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