Diante da pandemia provocada pelo novo coronavírus
(Covid-19), a Universidade Estadual da Paraíba (UEPB), através do Laboratório
de Química e da Farmácia Escola, iniciou uma força tarefa para a produção do
álcool em gel 70% e álcool glicerinado 80% para serem destinados a
profissionais de saúde, bem como garantir a proteção da comunidade
universitária. O esforço envolve técnicos e professores do Centro de Ciências
Biológicas e da Saúde (CCBS) e do Centro de Ciências e Tecnologias (CCT) e
atende os protocolos de segurança e as orientações dos médicos e autoridades
sanitárias que trabalham para evitar a proliferação do vírus.
Os grupos de trabalho são pequenos, formados no máximo por
três pessoas, que atuam em dias diferentes, no sistema de revezamento nos
laboratórios. O coordenador da Farmácia Escola adiantou que o álcool produzido
já está sendo destinado para atender o Hospital da FAP, que é parceiro da UEPB,
e as Unidades Básicas de Saúde da Família (UBSFs) que funcionam próximas à
Instituição e que, nesse momento, mais do que nunca, precisam da higienização
reforçada como uma das mais efetivas medidas no controle de infecções e
diminuição dos riscos de transmissão do novo coronavírus.
Professor Ricardo explicou que a logística de distribuição
do produto nas UBSFs ainda está sendo montada. Um grupo de professores,
coordenado pelas professoras Alessandra Teixeira, diretora do CCBS, e Eliana
Maia, pró-reitora de Gestão Administrativa da UEPB, junto com o reitor Rangel
Junior, ficou responsável para indicar os setores que precisam receber o
material emergencialmente, fundamental para a higienização em tempos de
pandemia. Ainda esta semana será definida a estratégia de distribuição.
Ele explicou que a produção de álcool em gel não poderá
atender a grandes demandas, visto que, como se trata de uma Farmácia Escola e
não uma indústria, a UEPB não tem espaço e maquinário suficientes para a
produção em larga escala. A quantidade a ser produzida deve girar entre 40 e 50
quilos por semana de álcool em gel, não podendo ser maior especialmente devido
às dificuldades que a Universidade está encontrando na aquisição da matéria
prima entre os distribuidores em tempos de pandemia.
Em outra linha de frente, no Laboratório de Química
Industrial (LETEQ), uma equipe coordenada pelo professor Francisco Dantas e
pela professora Fátima Nascimento, em consonância com o Conselho Regional de
Química (CRQ), começou a produzir, por dia, em média, 200 litros de álcool
glicerinado 80%. O laboratório está produzindo esse tipo de álcool porque ainda
não dispõe dos insumos para produzir álcool em gel, o que deve acontecer
futuramente. Porém, o álcool glicerinado 80% tem o mesmo efeito de prevenção
contra o novo coronavírus.
Professor Dantas explicou que a produção está sendo
realizada graças a parceria do Departamento de Química com o Conselho Regional
de Química (CRQ), que conseguiu álcool neutro e outros insumos nas indústrias
para disponibilizar à UEPB. O docente observou que o álcool glicerinado 80% tem
o mesmo efeito sanitizante que o álcool em gel, podendo ser instalado em
qualquer borrifador. Segundo ele, o álcool glicerinado é mais rápido de
produzir e demanda logística mais simples.
De acordo com professor Dantas, a UEPB está preparada para
todas as ações de prevenção e combate ao Covid-19, para garantir os itens de
higienização a todos que compõem a comunidade universitária, (discentes,
terceirizados, colaboradores, técnicos administrativos e docentes). Além do
professor Dantas e da professora Fátima, estão envolvidos na produção do álcool
glicerinado 80%, no Laboratório de Química, os professores Gilberlan Nunes e
Antônio Nóbrega, todos do CCT.
O reitor Rangel Junior destacou a importância da medida e
ressaltou que a produção do álcool em gel ainda é pequena e direcionada para
atender a demanda de pedidos da rede municipal de Saúde de Campina Grande e da
rede estadual de Saúde, seguindo as orientações da Secretaria de Saúde do
Estado, bem como para atender a demanda dos Centros de Ensino, Departamentos e
demais setores da Instituição. Mesmo com a UEPB tendo suspendido as atividades
até o dia 12 de abril, mantendo apenas os serviços essenciais, o álcool em gel
também está sendo disponibilizado próximo dos locais onde estão instalados os
relógios de registro do ponto eletrônico, para utilização dos servidores que
estão em atividade. “Nunca é demais lembrar que muita gente está se expondo,
extrapolando jornadas regulares para garantir o atendimento”, frisou Rangel.
Ele citou como exemplo a equipe do Núcleo de Tecnologias
Estratégicas em Saúde (Nutes}, onde um grupo tem trabalhado ininterruptamente
para produzir equipamentos de proteção individual (EPIs) em impressora 3D. O
Nutes desenvolveu um protetor facial que está sendo produzido para a
distribuição gratuita aos profissionais da área de saúde que trabalham em
hospitais diretamente com pacientes que apresentam sintomas da Covid-19. A
iniciativa do Laboratório de Tecnologia 3D (LT3D) tem o objetivo de colaborar
com os órgãos de saúde neste momento em que todo o mundo está na luta contra o
novo coronavírus.
Em Patos, conforme destacou o reitor Rangel Junior, dois
técnicos estão no Centro de Ciências Exatas e Sociais Aplicadas (CCEA), atuando
para produzir peças de manufaturas aditivas no Protolab (Laboratório 3D) para
ajudar no combate ao novo coronavírus, somando-se aos esforços do Nutes –
Assessoria.
Carlos Magno
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