O número de pessoas internadas em estado grave em São Paulo
com infecção pelo novo coronavírus teve um aumento de 42% nas últimas 24 horas.
Eram 61 pacientes no boletim divulgado na quarta-feira e já são 84 no balanço
divulgado hoje. O estado tem 862 casos confirmados da covid-19, segundo balanço
divulgado no período da tarde pelo secretário estadual da Saúde, José Henrique
Germann.
A aceleração de internados nas Unidades de Terapia Intensiva
(UTI) ocorre enquanto as obras para construções de hospitais de campanha na
capital e em cidades da região metropolitana ainda estão em andamento e em meio
a um processo de transferência de pacientes no Hospital das Clínicas (HC) para
liberar 900 leitos de internação – dos uais 200 serão UTIs.
Para o governo, entretanto, o aumento de casos no estado
ocorre em um ritmo menos acelerado do que no restante do país. "Se vocês
se lembram bem, nós éramos praticamente 90% dos casos do Brasil e agora nós
somos 30%. O que significa que existe uma expansão da epidemia, e de forma
acelerada", afirmou o secretário de Saúde.
São Paulo teve 48 dos 57 óbitos registrados no país.
"No estado de São Paulo, ontem eu anunciei 40 óbitos. Então, nós tivemos
um acréscimo de 20%", pontuou Germann.
Para os técnicos, o número de casos seria maior, caso não
houvesse as ações de distanciamento social impostas pela quarentena em vigência
no estado.
"Isso é mais ou menos característico da epidemia: às
vezes tem mais acréscimo, às vezes tem menos", afirmou Germann. "O
que mostra, talvez, que esse cenário de restrição que estamos vivendo hoje, é
que as medidas de restrição, de mobilidade, estão sendo suficientes, ou mesmo
colaborando de forma bastante efetiva, para que a gente tenha 862 casos."
O secretário traçou um cenário de aumento das restrições que
inclui até o uso da força policial para manter as pessoas em casa e, assim,
segurar o crescimento desses números.
"Não estamos nessa situação ainda. Se mantivermos os
idosos em casa tal qual o lockdown (isolamento total), nós teremos um
comportamento da crise que talvez nos favoreça nesse ponto para não colapsar o
sistema de saúde", afirmou, ao reforçar, mais uma vez, o pedido para que
as pessoas fiquem em casa.
O boletim mais recente divulgado pelo Ministério da Saúde,
na quarta-feira, mostrava que o país tinha 57 mortes e 2.433 casos confirmados.
Quarentena mantida
O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), reafirmou em
entrevista coletiva que a quarentena está mantida em todo o estado para conter
o avanço do novo coronavírus. A medida será válida até o dia 7 de abril. Doria
disse que a medida tem respaldo na opinião de especialistas e segue a
recomendação da Organização Mundial da Saúde (OMS). "Não tomamos medidas
precipitadas, mas sim fundamentadas", disse.
Sobre a possibilidade de prolongar a quarentena, Doria
afirmou que, por ora, não há previsão de estender o prazo. Mas as medidas,
reforçou, são analisadas e decididas diariamente.
O governador fez um pronunciamento em que manteve o tom de
críticas ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido), com quem discutiu ontem em
uma teleconferência.
Doria, no entanto, preferiu não comentar a decisão do
presidente desta quinta de classificar templos religiosos como atividade
essencial, o que liberaria a abertura desses locais – UOL.
Carlos Magno
VEJA TAMBÉM:
- Cheirar
pum pode prevenir câncer, AVC, ataque cardíaco, artrite e demência, diz estudo
de universidade do Reino Unido
-
Assassinato de moradores de rua em Campina Grande-PB gera comoção: radialista
faz artigo em homenagem a "Maria Suvacão"
- UEPB vai ganhar curso de
Medicina no campus de Campina Grande. Veja detalhes
-Cliente que passar mais de
20 minutos em fila de banco na Paraíba receberá indenização
-
Jovem forja a própria morte para saber "quais pessoas se importariam com
sua ausência" e vem a público pedir desculpas