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27/03/2020

Internações por problemas respiratórios disparam no Brasil em meio à epidemia de coronavírus e sistema de saúde já sente os efeitos


O número de pacientes hospitalizados no Brasil com síndrome respiratória aguda grave (SRAG) nas últimas semanas aumentou exponencialmente, coincidindo com a chegada do novo coronavírus no Brasil, de acordo com levantamento feito pelo sistema InfoGripe, da Fiocruz.

 

Somente na última semana, entre os dias 15 e 21 de março, foram estimados no sistema cerca de 2.250 casos de pessoas internadas com sintomas de uma síndrome gripal forte – além de febre, tosse, e outros sintomas, elas têm dificuldade de respirar. A maior parte estava em São Paulo – 1.218. No ano passado, por exemplo, nesse mesmo período, houve 934 casos em todo o País.



 

Já na semana em que o primeiro caso de coronavírus foi identificado no Brasil, em 25 de fevereiro, eram cerca de 660 pessoas nessa situação.

 

O InfoGripe é um monitoramento de todas as notificações de SRAG no Brasil, com base em dados da Secretaria de Vigila^ncia em Sau´de do Ministe´rio da Sau´de e das redes estaduais públicas e privadas. Em geral ele observa pico de casos em maio, quando a temperatura está mais baixa.

 

O número de pacientes hospitalizados por SRAG já é quatro vezes maior que durante o que ocorre no período sazonal de influenza. “A alta observada nas últimas duas semanas em parte deve ser por causa da chegada do novo coronavírus, pois o crescimento foi muito maior do que o que vinha acontecendo até então”, afirma o pesquisador Marcelo Gomes, pesquisador em saúde pública do Programa de Computação Científica da Fiocruz e coordenador do InfoGripe.

 

Ele explica, porém, que isso não significa necessariamente que todos os casos de internação são causados pelo novo coronavírus. SRAG é uma definição que pega doenças causadas também por outros vírus, como o influenza e outros coronavírus conhecidos. Os casos de coronavírus no Brasil só têm sido conhecidos, na maioria das situações, depois que pacientes com SRAG são internados.

 

Segundo Gomes, desde o início do ano o volume de casos estava um pouco mais alto que o habitual, provavelmente por algum outro vírus que estava circulando. “Mas a mudança na velocidade de crescimento sugere algo novo. Como coincide com o crescimento dos casos confirmados de covid-19 e a confirmação da transmissão comunitária, é grande a chance de que boa parte desses casos seja em função do novo vírus, que se somou a essa tendência de alta”, afirma.

 

As estimativas do sistema são feitas com base no número oficial de casos notificados, levando em conta o atraso típico entre a internação e o registro no sistema. O InfoGripe foi criado em para ajudar os governos federal e estaduais no monitoramento dessas doenças no país, em resposta à pandemia de influenza H1N1, em 2009 – Estadão.

 

Carlos Magno

 

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