A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) vai destinar R$
19 milhões, a título de doação, para a base da pirâmide do futebol coordenado
pela entidade em competições de nível nacional, em função das dificuldades
causadas pela pandemia do novo coronavírus. Cada clube que disputa as séries C
e D do Campeonato Brasileiro vai receber um auxílio financeiro direto no valor
equivalente a duas vezes a folha salarial média dos atletas de cada uma dessas
divisões, segundo dados apurados no sistema de registro de contratos da CBF. A
mesma medida será aplicada ao futebol feminino e destinada aos clubes que
disputam as Séries A1 e A2 do Campeonato Brasileiro.
Serão beneficiados 140 clubes, em uma ação realizada pela
CBF com o apoio das Federações Estaduais. O objetivo é colaborar para que esses
clubes possam cumprir seus compromissos com os jogadores e jogadoras durante o
período de paralisação do futebol. Além disso, a CBF decidiu doar para cada uma
das Federações Estaduais o valor de R$ 120.000,00 (Cento e vinte mil reais).
"Vivemos um momento inédito, de crise mundial, cuja
extensão e consequências ainda não podem ser calculadas. É necessário,
portanto, agir com critério e responsabilidade. O nosso objetivo, com essas
novas medidas, é fornecer um auxílio direto imediato. Mas, além disso, temos
que seguir trabalhando para assegurar a retomada do futebol brasileiro no menor
prazo possível, quando as atividades puderem ser normalizadas", afirma o
presidente da CBF, Rogério Caboclo.
Os recursos de R$
19.120.000,00 serão destinados da seguinte forma:
– Para os 68 clubes da Série D, o auxílio individual será de
R$ 120.000,00 (Cento e vinte mil reais), num total de R$ 8.160.000,00 (Oito
milhões, cento e sessenta mil reais).
– Para os 20 clubes da Série C, o auxílio individual será de
R$ 200.000,00 (Duzentos mil reais), num total de R$ 4.000.000,00 (Quatro
milhões de reais).
– Para os 16 clubes da Série A1 do Campeonato Brasileiro
Feminino, o auxílio individual será de R$ 120.000,00 (Cento e vinte mil reais),
somando R$ 1.920.000,00 (Um milhão, novecentos e vinte mil reais).
– Para os 36 clubes da Série A2 do Campeonato Brasileiro
Feminino, o auxílio por clube será de 50.000,00 (Cinquenta mil reais), com o
desembolso total, pela CBF, de R$ 1.800.000,00 (Um milhão e oitocentos mil
reais).
– Para as Federações Estaduais, são R$ 120.000,00 (Cento e
vinte mil reais) por entidade, num total de R$ 3.240.000,00 (Três milhões,
duzentos e quarenta mil reais).
O pagamento dos valores destinados aos clubes será realizado
a partir desta terça-feira, 7. Essas ações se somam a outras medidas tomadas
anteriormente pela CBF, também com impacto financeiro direto para o sistema do
futebol:
– Isenção por tempo indeterminado aos clubes das taxas de
registro e transferência de atletas. A medida deve gerar aos clubes uma
economia em torno de R$ 4.000.000,00 (Quatro milhões de reais) nos primeiros
três meses de aplicação.
– Adiantamento de uma parcela de R$ 600.000,00 (Seiscentos
mil reais) para os clubes da Série B do Campeonato Brasileiro referentes aos
direitos de TV da competição, feito com recursos próprios da CBF, no valor
total de R$ 12.000.000 (Doze milhões de reais).
– Adiantamento aos árbitros do quadro nacional do pagamento
de uma taxa de arbitragem, calculada a partir da maior taxa paga pela CBF em
2019 para sua categoria, no valor total de R$ 900.000,00 (Novecentos mil
reais).
Com isso, as doações e isenções da CBF aos clubes e
Federações alcançam R$ 23.120.000,00 (Vinte e três milhões, cento e vinte mil
reais). Somadas aos R$ 12.900.000,00 (Doze milhões e novecentos mil reais) em
adiantamentos, as ações da CBF representam um total de R$ 36.020.000,00 (Trinta
e seis milhões e vinte mil reais).
Além dessas medidas emergenciais, a CBF mantém seu
compromisso com o investimento no futebol. Em 2019, a entidade aplicou R$ 535
milhões no futebol brasileiro, em suas diversas áreas. A CBF arca com os
custos, no todo ou em parte, de 20 competições, que garantem milhares de
empregos na indústria do futebol. Por exemplo, somente na realização das Séries
C e D do Campeonato Brasileiro, há um investimento de cerca de R$ 80 milhões.
"Vamos manter os investimentos para permitir a
realização das competições previstas para 2020”, diz Rogério Caboclo. “O nosso
maior compromisso para preservar clubes e empregos é fazer a indústria do
futebol voltar a funcionar quando a retomada for possível", completa
Caboclo.
Desde que suspendeu todas as competições nacionais e
articulou com as Federações Estaduais para que fizessem o mesmo, a CBF trabalha
em quatro eixos de ações:
1 – Preservação dos contratos e receitas dos clubes: a
manutenção dos contratos existentes, em especial os contratos de direitos de
televisão, que são a base da sustentação dos clubes, além dos patrocínios. Em
relação à receita advinda da bilheteria, a CBF vem construindo diferentes
alternativas de adequação do calendário, a partir da primeira data em que seja
possível retomar as competições. Além disso, a CBF terá total flexibilidade
para adotar medidas que viabilizem a conclusão de todas competições previstas
para 2020.
2 – Acordos trabalhistas: através da Comissão Nacional de
Clubes, a CBF apóia um processo de diálogo que permita acordos trabalhistas
justos e equilibrados para clubes, atletas e funcionários. O primeiro fruto foi
a decisão por consenso dos clubes de concessão de férias coletivas no mês de
abril.
3 – Governo Federal: a Entidade está levando propostas
juridicamente sustentáveis para que o futebol seja preservado. A CBF defende
que sejam estendidas aos clubes as medidas que o governo federal vem oferecendo
para as empresas, no sentido de resguardar empregos e os compromissos
financeiros de curto prazo. No caso do PROFUT, uma lei específica para o
futebol, a proposta é que os clubes recebam um prazo para readequar o pagamento
de suas obrigações tributárias.
4 – Crédito: A CBF tem dialogado com o mercado financeiro
para permitir o acesso dos clubes a linhas de crédito com juros baixos, que
viabilizem atravessar o momento de paralisação dos campeonatos.
A CBF continua trabalhando intensamente, em conjunto com
clubes e Federações, para que o futebol brasileiro supere esse enorme desafio –
CBF.
Carlos Magno
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