Antes da votação da PEC de adiamento das eleições municipais
no Senado Federal, ocorrida nesta terça-feira (23), o ministro do STF (Supremo
Tribunal Federal) e presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) Luís
Roberto Barroso mandou um recado claro aos prefeitos e vereadores que tentaram
articular os deputados e senadores de suas bases eleitorais para conseguir a
prorrogação dos seus mandatos por mais dois anos, alegando a pandemia do novo
coronavírus.
Barroso, que na segunda-feira (22) participou de uma sessão remota
com líderes do Senado e cientistas, disse que a possibilidade de prorrogação de
mandatos enfrenta um problema constitucional, portanto não é uma solução para
as eleições municipais marcadas para outubro deste ano.
“A prorrogação de mandatos não é uma solução na mesa para
uma escolha política porque acho que viola a Constituição. Só poderá entrar na
mesa se houver impossibilidade material de realização das eleições e aí será
legítimo prorrogar por alguns dias ou algumas semanas se for inevitável. Acho
que não é possível, não é constitucionalmente legítimo prorrogar o mandato dos
atuais prefeitos e vereadores para fazê-los coincidir em 2022”, disse o
ministro.
De acordo com Barroso a prorrogação traz um problema para a
democracia porque os representantes foram eleitos por 4 anos. Ele afirma que a
periodicidade das eleições e a possibilidade de alternância no poder são ritos
vitais para a democracia.
Carlos Magno
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