O senador Veneziano Vital do Rêgo (PSB-PB) lamentou esta
semana que a Prefeitura de Campina Grande esteja retendo as verbas federais que
são, por direito, do Hospital da FAP – a Fundação Assistencial da Paraíba, que
presta serviços de oncologia para Campina e outras cidades da Paraíba. Por
conta do não repasse, profissionais estão em greve há uma semana e cirurgias de
pacientes com câncer foram suspensas.
De acordo com Derlópidas Neves, Diretor do Hospital, as
verbas são referentes a emendas parlamentares que os deputados e senadores da
bancada paraibana direcionaram à entidade e que, quando são liberadas, seguem
para as contas da Prefeitura de Campina Grande, que deveria repassá-las à
entidade. Porém, desde o ano passado estes recursos estão sendo retidos, o que está
ocasionando vários problemas para o hospital.
Com o não repasse, os anestesistas do Hospital da FAP
pararam as atividades por tempo indeterminado. Pelo menos 30 pacientes com
câncer estão na fila de espera para cirurgias. Os anestesistas não são funcionários
da FAP, mas prestadores de serviço vinculados a uma cooperativa e, para voltar
ao trabalho, precisam receber despesas de custeio.
Segundo Derlópidas, a dívida da PMCG com a FAP já ultrapassa
os R$ 10 milhões. São mais de R$ 4 milhões referentes a 2019 e mais de R$ 5
milhões de 2020. “Todos os deputados e senadores direcionaram suas emendas por
conta do apreço que tem com a instituição e pela certeza e pelo zelo de saberem
que na FAP esses recursos são bem geridos. Mas esses recursos precisam chegar à
instituição e não estão chegando”, disse.
“É lamentável que os problemas da Prefeitura de Campina Grande
estejam trazendo tantos prejuízos à população. O Hospital da FAP é uma instituição
de referência no tratamento oncológico e a cidade inteira sabe as dificuldades enfrentadas.
Reter dinheiro que não lhe pertence e que deveria estar salvando vidas não é
papel de gestor responsável. É papel de quem não tem a mínima preocupação com
as vidas que dependem deste tratamento”, afirmou Veneziano, que todos os anos,
desde a época de deputado federal, e agora como senador, direciona emendas
parlamentares para a FAP.
“O pior é que estes recursos que o prefeito está retendo e
se negando a repassar para o Hospital da FAP são provenientes de emendas parlamentares,
que ele (o prefeito) deve estar usando para outros fins, que não sabemos. Creio
que ele deve uma explicação, não apenas à instituição, mas à sociedade,
sobretudo para as famílias de quem depende do tratamento da FAP” – Assessoria.
Carlos Magno
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