A mãe que denunciou o filho de 19 anos por suspeita de
estuprar a irmã de apenas oito anos em Itariri, no interior de São Paulo,
relata sentir dificuldades para dormir desde a tragédia familiar. Em entrevista
ao G1, a mulher, de 44 anos, que preferiu não se identificar, diz que espera
que o filho continue na prisão após o que aconteceu com a criança. "Deixa
ele preso para sofrer na cadeia", desabafa.
A mulher relata que, antes de descobrir o que aconteceu,
percebeu uma mudança de comportamento da criança. "Ela ficava chorando e
eu perguntava ‘o que você tem filha’ e ela respondia que não era nada",
relembra. Após alguns dias assim, ela deixou a menina ir brincar na casa de um
amigo, onde a criança contou o que tinha acontecido. A mãe do colega ouviu o
relato e fez a denúncia ao conselho.
Representantes do Conselho Tutelar foram até a casa e a
menina relatou que o irmão pediu que ela pegasse um papel higiênico e levasse
até o banheiro em que ele estava. Ao chegar no cômodo da casa, o rapaz alegou
que era uma pegadinha e a trancou dentro do banheiro junto com ele, onde a
estuprou.
"Achei estranho ele fazer isso com a irmã dele.
Mandaram fazer exames, eu acompanhei tudo. Um dia depois da última coleta de
sangue a polícia buscou ele", diz a mãe, lembrando a prisão do filho que
aconteceu na última sexta-feira (17). Ela, que o denunciou ao fazer o boletim
de ocorrência na delegacia no início do mês, diz que ainda não acredita como
tudo aconteceu.
"Agora eu não consigo dormir, não sei como ele teve
coragem de fazer isso com a irmã dele. Eu estou sem palavras. Não quero mais
ver a cara dele", desabafa.
Hoje, ela diz que se preocupa também com a caçula, de três
anos, e as netas que ainda são bebês. Além de levá-las para todos os lugares,
ela fala que tem prestado atenção no comportamento das crianças. "Levava
minha filha para todos os lugares comigo. Um dia que deixei ele fez isso",
diz ressentida. Ela ressalta que, após a denúncia, a filha de oito anos se
sente melhor, voltou a se alimentar bem e brincar.
Entenda o caso
Segundo a Polícia Civil, o estupro teria acontecido no
primeiro dia de julho, mas o boletim foi elaborado na delegacia apenas nesta
semana, quando a menina conseguiu fazer a denúncia para as conselheiras que
acompanhavam o caso. Em entrevista ao G1, a conselheira tutelar Tatiane dos
Santos Davi de Martins, de 43 anos, disse que a menina relatou sentir muita
dor.
Junto com as conselheiras Ivanilde dos Santos e Arieli
Oliveira, ela acompanhou a mãe na delegacia e na consultas com os médicos.Segundo
a profissional os exames do Instituto Médico Legal (IML) apontaram ferimentos
que comprovam o abuso sexual. A menina ainda passou por uma bateria de exames
para confirmar que ela não contraiu nenhum doença sexualmente transmissível
(DST).
O rapaz foi preso no último dia 17, após a Polícia Civil
realizar os procedimentos referentes a captura de procurado, localizando ele na
casa de um parente e encaminhando o suspeito ao Sistema Penitenciário. Ele está
em prisão temporária pelo crime de estupro de vulnerável, segundo a polícia. O
caso continuará sendo investigado pela Delegacia de Itariri, e a criança
passará por acompanhamento psicológico – G1.
Carlos Magno
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