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23/07/2020

TCU da 15 dias para governo explicar porque gastou só 29% do dinheiro disponível para ações de combate à Covid-19 no Brasil


O Tribunal de Contas da União (TCU) decidiu nesta quarta-feira (22) dar 15 dias de prazo para o Ministério da Saúde explicar a estratégia de gastos no combate ao novo coronavírus.

 

Pela decisão, o governo federal terá de explicar os critérios de aquisições e de transferência de recursos para estados e municípios.

 

As determinações fazem parte da auditoria do TCU que avaliou a atuação do Ministério da Saúde no combate ao coronavírus.



 

Relator do caso, o ministro Benjamin Zymler afirmou que há "baixa" execução dos recursos destinados ao ministério para combater a pandemia.

 

Segundo o relatório do TCU, o Ministério da Saúde gastou 29% do dinheiro que recebeu. A análise abrange os gastos entre março e 28 de maio.

 

Segundo o TCU, dos R$ 39 bilhões destinados ao Ministério da Saúde para combater a pandemia, R$ 11,5 bilhões foram pagos.

 

Mais cedo, nesta quarta, o ministério divulgou uma nota na qual afirmou que foram empregados R$ 26,4 bilhões em ações contra o coronavírus e que tem realizado repasse de recursos extras a estados e municípios.

 

"O Ministério da Saúde informa que, em apoio irrestrito aos estados e municípios, tem efetuado repasse de recursos extras e realizado compras centralizadas de equipamentos, materiais e insumos para garantir a estruturação do SUS e o cuidado e assistência à população. Até o momento, foram executados, ou seja, comprometidos com ações relacionadas à Covid-19 o total de R$ 26,4 bilhões", acrescentou a pasta.



 

Os valores

 

Segundo o TCU:

 

- R$ 11,4 bilhões eram de aplicação direta do ministério, mas R$ 1,4 bilhão foram pagos;

- R$ 10 bilhões eram destinados a fundos estaduais, mas R$ 4 bilhões foram pagos;

- R$ 16,9 bilhões eram destinados a fundos municipais, mas R$ 5,7 bilhões foram pagos.

 

Os dados mais recentes sobre os recursos da pasta estão disponíveis no portal do Tesouro Nacional.

 

Até esta terça-feira (21), o ministério pagou R$ 17,5 bilhões, o equivalente a 44,9% do total de recursos disponíveis.

 

Divisão por estados e municípios

 

O processo destaca que há falta critério na divisão de recursos entre estados e municípios.

 

Segundo o ministro relator, a área técnica do TCU tentou avaliar alguns possíveis critérios como índice de mortalidade ou relação entre a transferência de recursos e a destinação de novos leitos ou de testes de identificação da doença, mas não foi possível identificar uma relação.

 

“O que a gente conclui ao final é que os critérios para a transferência de recursos financeiros não seguem nenhuma lógica identificada. A unidade técnica não satisfeita com as respostas dadas foi atrás para buscar uma correlação para a explicar a lógica de transferência de recursos e lógica de compras e não encontramos esse tipo de explicação”, afirmou.

 

Comunicação

 

Ainda no voto, Benjamin Zymler criticou o fim das entrevistas coletivas de imprensa diárias do Ministério da Saúde. Segundo ele, as entrevistas davam conhecimento para adoção das condutas necessárias de prevenção.

 

“Em uma federação complexa como a nossa, uma visão centralizada parecia uma medida de conforto e conhecimento para que cada um pudesse adotar as condutas necessárias: as estratégias de lockdown, uso de máscara e quarentena. O governo tem o poder de definir sua estratégia de comunicação. Eu não estaria preocupado com ela se não vivemos uma pandemia”, afirmou.

 

No processo, o TCU determinou que o Ministério da Saúde que ajuste sua estratégia de comunicação a respeito das medidas de combate à pandemia – G1.

 

Carlos Magno

 

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