O governador João Azevêdo participou, neste domingo (26), de
uma live promovida pela Universidade Estadual da Paraíba (UEPB) em homenagem ao
centenário de nascimento do economista Celso Furtado, data em que o paraibano
comemoraria 100 anos. Na ocasião, também ocorreu o lançamento oficial da
trilogia “Celso Furtado: A esperança militante”, publicada pela Editora da
Universidade Estadual da Paraíba (EDUEPB) e a Empresa Paraibana de Comunicação
(EPC).
O governador destacou a satisfação de homenagear Celso
Furtado e reforçou a colaboração do Governo da Paraíba nas ações voltadas para
o conhecimento das obras e ideias do paraibano.
“É uma satisfação poder homenagear Celso Furtado, que foi um articulador
de políticas públicas voltadas ao desenvolvimento, à superação da dependência
econômica e à redução das desigualdades sociais que ainda hoje existem. Essa é
uma oportunidade de enaltecer esse grande paraibano de Pombal, que virou
cidadão do mundo pela sua leitura de que desenvolvimento econômico precisa
estar atrelado às políticas de inclusão social. É preciso entender que as
ideias e os princípios dele continuam extremamente atuais e precisamos
continuar avançando, pois a nossa região tem um potencial enorme e temos trabalhado
para diminuir as desigualdades sociais na Paraíba, a partir da ampliação do
agronegócio e da agricultura, da implantação de usinas de geração eólica e
solar e sabemos que estamos no caminho certo”, ressaltou.
O reitor da UEPB, Rangel Júnior, enalteceu a iniciativa do
Governo do Estado de instituir 2020 como o ‘ano Celso Furtado’ e de criar o
‘Desafio Celso Furtado’ na rede estadual de ensino. “Esse é um momento
histórico importante porque estamos trazendo à luz uma obra de grande porte. O
governador anunciou, no ano passado, que colocaríamos Celso Furtado no centro
do debate, dedicando este ano ao centenário dele e aos 90 anos de Sivuca. Quero
destacar também a iniciativa recente do ‘Desafio Celso Furtado’, na tentativa
de provocar a juventude estudantil a mergulhar no pensamento desse destacado
paraibano na busca de soluções em problemas localizados. A ousadia de Celso
Furtado e a capacidade de pensar além do seu tempo são a grande contribuição
que ele nos deixou e atravessa mais da metade de um século, com debates e
reflexões sobre sua obra, uma demonstração de que quando as pessoas deixam boas
ideias não morrem, mas continuarão alimentando sempre o pensamento de outras
gerações”, pontuou.
A professora e economista Tânia Bacelar agradeceu a oportunidade
de participar do lançamento da trilogia ‘Celso Furtado: A esperança militante’.
“Essa é uma ação realizada por uma universidade pública de um Estado
nordestino, justo na Paraíba, por conta da visão preconceituosa sobre a nossa
região e que se transformou, recentemente, em sinônimo do Nordeste e do nosso
grito uníssono: Somos Todos Paraíba. Eu entendo que a trilogia ficará
registrada na história como a mais importante homenagem entre todas que esse
centenário estimulou e é uma honra homenagear o nascimento desse grande
brasileiro, que dedicou sua vida para tentar entender e explicar o Brasil e
para ajudar a transformar nosso país numa verdadeira nação”, disse.
Viúva de Celso Furtado, a jornalista Rosa Freire d’Aguiar
Furtado destacou o significado das ideias do paraibano para as novas gerações.
“Desde que Celso faleceu, ele está sendo bastante lido e comentado por
pesquisadores e universidades, indo muito além da economia. Celso hoje é um
pensador de relações internacionais, de Ciências Políticas, de estudos
culturais e do Direito. Além disso, há dois temas das obras de Celso Furtado
que demonstram que estão muito presentes na nossa vida, como o enfraquecimento
dos Estados nacionais e o subdesenvolvimento. Eu espero que esses encontros que
estamos fazendo levem às novas gerações essa mensagem de Celso, cujas ideias só
fazem ganhar vigor com o tempo”, acrescentou.
Trilogia - “Desafios”, o último volume da trilogia foi
produzido com a colaboração de pesquisadores que, inspirados em Furtado, atuam
na área do desenvolvimento regional – um dos principais temas da obra do
economista paraibano, segundo informou Cidoval Morais, um dos organizadores da
trilogia “Celso Furtado: A esperança militante”. Entre os autores deste
terceiro volume estão os pesquisadores Rainer Randolph, Carlos Brandão, Ângela
Cristina Trevisan, Marcos Antônio Mattedi, entre outros. O e-book é uma
publicação de acesso aberto e estará disponível no site da EDUEPB.
O segundo volume da trilogia “Celso Furtado – a esperança
militante”, que tem como título “Depoimentos”, foi lançado no dia 23 de junho.
A obra reúne entrevistas realizadas pelos organizadores nos últimos cinco anos,
com pessoas que trabalharam, estudaram e interagiram com Celso Furtado, entre
1959 e 2003, nos principais momentos de sua carreira acadêmica e política, que
envolve sua atuação na Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe
(Cepal), na criação da Sudene, nos ministérios do Planejamento e da Cultura,
além do exílio. Entre os entrevistados estão Otamar de Carvalho, o falecido
sociólogo Chico de Oliveira, o economista Osvaldo Sunkel, Gozaga Belluzo,
Oswaldo Martneer, Ângelo Osvaldo e os paraibanos Juarez Farias, que foi a
primeira pessoa contratada por Furtado para o projeto da Sudene e Manoel Dantas
Villar Filho, um dos primeiros engenheiros da Sudene.
Já o primeiro volume da trilogia, intitulado
“Interpretações”, disponibilizado no início de junho, aborda leituras sobre a
obra de Furtado, feitas por especialistas brasileiros, latinoamericanos e
europeus nos últimos 30 anos. Entre os brasileiros, estão nomes como Maria da
Conceição Tavares, Tânia Bacelar, Bresser Pereira, Carlos Brandão, Wilson Cano,
Aristides Monteiros. Também estão neste volume Carlos Malorquim e José Luis
Cardoso. A viúva de Celso, a jornalista e tradutora Rosa d’Aguiar também
integra este primeiro volume.
Biografia - Celso
Furtado nasceu em 26 de julho de 1920 em Pombal, no Sertão da Paraíba, e
faleceu em 20 de novembro de 2004, no Rio de Janeiro. Fez estudos secundários
no Liceu Paraibano, em João Pessoa, e no Ginásio Pernambucano, no Recife. Bacharel em Direito
pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (1944), Doutor em Economia (1948)
pela Universidade de Paris (Sorbonne), estudou pós-graduação na Universidade de
Cambridge, Inglaterra (1957), sendo Fellow do King`s College.
Ele também foi Técnico de Administração do Governo
Brasileiro (1944-45) e economista da Fundação Getúlio Vargas (1948-49). No
Governo de Juscelino Kubitschek, elaborou o Plano de Desenvolvimento do
Nordeste, que deu lugar à criação da SUDENE, órgão que dirigiu por cinco anos
(1959-64). No Governo João Goulart, foi o primeiro titular do Ministério do
Planejamento (1962-63). Celso Furtado está entre os grandes economistas do
mundo que estudaram, no pós-guerra, e de forma pioneira, os problemas do
desenvolvimento econômico relacionando-os com problemas históricos – Secom-PB.
Carlos Magno
VEJA TAMBÉM:
- Cheirar pum pode prevenir câncer, AVC,
ataque cardíaco, artrite e demência, diz estudo de universidade do Reino Unido
- Assassinato de moradores de rua em
Campina Grande-PB gera comoção: radialista faz artigo em homenagem a
"Maria Suvacão"
- UEPB vai ganhar curso de Medicina no campus de
Campina Grande. Veja detalhes
-Cliente que passar mais de 20 minutos em fila de
banco na Paraíba receberá indenização
- Jovem forja a própria morte para saber
"quais pessoas se importariam com sua ausência" e vem a público pedir
desculpas