Os partidos DEM e MDB, que integravam o bloco do 'Centrão'
na Câmara dos Deputados, irão sair do grupo soma mais de 200 dos 513
parlamentares da Casa. O líder do DEM, Efraim Filho (PB), disse ao Correio que
as duas legendas entenderam que era o momento de "preservar essa autonomia
regimental".
"Não teve bronca, não teve briga, não teve divergência.
É uma posição em nome da autonomia do partido e vida que segue", afirmou.
De acordo com ele, a Comissão Mista de Orçamento (CMO) já teve preenchimento de
vagas, e era a justificativa do momento para integração dos partidos no grupo.
O bloco hoje é formado pelo PL, PP, PSD, MDB, DEM,
Solidariedade, PTB, PROS e Avante - alguns estão mais alinhados com o governo
(como o PP, PSD e PL) e outros tem posição de mais moderados, como o
Solidariedade. Ele foi formalizado no ano passado para a formação da CMO.
Nos últimos meses, uma divisão aparece cada vez mais clara
no bloco, quando alguns partidos negociaram com o governo um apoio maior com as
pautas do Palácio do Planalto, e em troca indicaram nomes a cargos em
ministérios. Outras legendas ficaram de fora falando em autonomia em relação ao
governo.
Na semana passada, o racha ficou mais claro após a votação
da votação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que cria o Fundo de
Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb). O líder do bloco e do PP, Arthur
Lira (AL), agiu como um articulador do governo e tentou retirar o texto da
pauta, para o Planalto ganhar mais um tempo para articulações. O presidente da
Casa, Rodrigo Maia (DEM-RJ), que queria votar a matéria, manteve a votação em
pauta.
Questionado sobre a relação entre o episódio do Fundeb com o
"desembarque" do partido, Efraim admitiu que a votação contribuiu com
a decisão tomadas.
"Ali teve um episódio, que foi um requerimento de
retirada de pauta por parte do bloco. O fato de a gente ter a relator do
Fundeb, a professora Dorinha (TO), gerou um ruído interno dentro da bancada,
mas foi superado, tanto que logo depois foi retirado. Mas, para evitar
repetição de episódios como esse, o curso natural das coisas era já ter feito a
saída do bloco, e acho que esse episódio acaba simbolizando a saída, mas sem
nenhum tipo de estresse", disse.
Em sua página no Twitter, o líder do MDB, Baleia Rossi,
escreveu apenas que a presença do partido "no bloco majoritário da Câmara
se devia às cadeiras nas comissões". "Manteremos diálogo com
todos", escreveu.
O líder do PP e do bloco, Arthur Lira (PP-AL), também se
pronunciou pelas redes sociais. De acordo com ele, o bloco "tem como objetivo
manter o diálogo e a votação das pautas importantes para o país".
"O chamado bloco do centrão foi criado para formar a
comissão de orçamento. Não existe o bloco do Arthur Lira. O bloco foi formado
para votar o orçamento e é natural que se desfaça. Ele deveria ter sido
desfeito em março, o que não aconteceu por conta da pandemia", escreveu em
sua página do Twitter.
Sucessão
Há dentro do bloco nomes distintos que são pré-candidatos à
presidência da Câmara. O líder do DEM nega qualquer relação da saída do partido
com a sucessão de Rodrigo Maia, mas já há muita articulação na Casa. "A
influência disso na decisão (de sair do bloco) é zero. O Democratas só vai
tratar disso após as eleições municipais", afirmou Efraim Filho.
Sabe-se que o líder do Centrão, Arthur Lira, está de olho na
cadeira de Maia, que quer fazer um sucessor. Dentro do PP há, ainda, Aguinaldo
Ribeiro (PB), além de outros nomes do Centrão, como o presidente nacional do
Republicanos, Marcos Pereira (SP).
Novo Bloco
Efraim nega que o DEM e o MDB estejam saindo do bloco do
Centrão para criarem um novo bloco. Perguntado se outros partidos iriam sair do
bloco para criar um novo grupo, o deputado disse não saber. "Tem várias
conversas que eu não estou acompanhando", disse.
Na semana passada, o deputado Glaustin Fokus (PSC-GO) disse
ao Correio que discute-se a formação de uma espécie de "grupo 2",
descolado da figura de Arthur Lira. Há conversas entre o PSL, PSC e PROS neste
sentido.
"A ideia é fazer um grupo, é fazer uma divisão. Trilhar
o mesmo caminho (do PP), mas em um caminhão diferente, em ônibus diferentes.
Mas continuando na base do governo", relatou. O parlamentar afirmou que
ainda não havia nada certo, e que isso não era resultado de uma divisão de
apoios – Correio Braziliense.
Segundo noticiou na notie desta segunda-feira (27) o Jornal
Nacional, da rede Globo, juntos, MDB e DEM tem 63 votos na Câmara dos
Deputados.
Carlos Magno
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