....
....
28/07/2020

DEM e MDB deixam o bloco do Centrão na Câmara dos Deputados; juntos, os dois partidos detém 68 votos


Os partidos DEM e MDB, que integravam o bloco do 'Centrão' na Câmara dos Deputados, irão sair do grupo soma mais de 200 dos 513 parlamentares da Casa. O líder do DEM, Efraim Filho (PB), disse ao Correio que as duas legendas entenderam que era o momento de "preservar essa autonomia regimental".

 

"Não teve bronca, não teve briga, não teve divergência. É uma posição em nome da autonomia do partido e vida que segue", afirmou. De acordo com ele, a Comissão Mista de Orçamento (CMO) já teve preenchimento de vagas, e era a justificativa do momento para integração dos partidos no grupo.



 

O bloco hoje é formado pelo PL, PP, PSD, MDB, DEM, Solidariedade, PTB, PROS e Avante - alguns estão mais alinhados com o governo (como o PP, PSD e PL) e outros tem posição de mais moderados, como o Solidariedade. Ele foi formalizado no ano passado para a formação da CMO.

 

Nos últimos meses, uma divisão aparece cada vez mais clara no bloco, quando alguns partidos negociaram com o governo um apoio maior com as pautas do Palácio do Planalto, e em troca indicaram nomes a cargos em ministérios. Outras legendas ficaram de fora falando em autonomia em relação ao governo.

 

Na semana passada, o racha ficou mais claro após a votação da votação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que cria o Fundo de Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb). O líder do bloco e do PP, Arthur Lira (AL), agiu como um articulador do governo e tentou retirar o texto da pauta, para o Planalto ganhar mais um tempo para articulações. O presidente da Casa, Rodrigo Maia (DEM-RJ), que queria votar a matéria, manteve a votação em pauta.

 

Questionado sobre a relação entre o episódio do Fundeb com o "desembarque" do partido, Efraim admitiu que a votação contribuiu com a decisão tomadas.

 

"Ali teve um episódio, que foi um requerimento de retirada de pauta por parte do bloco. O fato de a gente ter a relator do Fundeb, a professora Dorinha (TO), gerou um ruído interno dentro da bancada, mas foi superado, tanto que logo depois foi retirado. Mas, para evitar repetição de episódios como esse, o curso natural das coisas era já ter feito a saída do bloco, e acho que esse episódio acaba simbolizando a saída, mas sem nenhum tipo de estresse", disse.

 

Em sua página no Twitter, o líder do MDB, Baleia Rossi, escreveu apenas que a presença do partido "no bloco majoritário da Câmara se devia às cadeiras nas comissões". "Manteremos diálogo com todos", escreveu.

 

O líder do PP e do bloco, Arthur Lira (PP-AL), também se pronunciou pelas redes sociais. De acordo com ele, o bloco "tem como objetivo manter o diálogo e a votação das pautas importantes para o país".

 

"O chamado bloco do centrão foi criado para formar a comissão de orçamento. Não existe o bloco do Arthur Lira. O bloco foi formado para votar o orçamento e é natural que se desfaça. Ele deveria ter sido desfeito em março, o que não aconteceu por conta da pandemia", escreveu em sua página do Twitter.

 

Sucessão

 

Há dentro do bloco nomes distintos que são pré-candidatos à presidência da Câmara. O líder do DEM nega qualquer relação da saída do partido com a sucessão de Rodrigo Maia, mas já há muita articulação na Casa. "A influência disso na decisão (de sair do bloco) é zero. O Democratas só vai tratar disso após as eleições municipais", afirmou Efraim Filho.

 

Sabe-se que o líder do Centrão, Arthur Lira, está de olho na cadeira de Maia, que quer fazer um sucessor. Dentro do PP há, ainda, Aguinaldo Ribeiro (PB), além de outros nomes do Centrão, como o presidente nacional do Republicanos, Marcos Pereira (SP).

 

Novo Bloco

 

Efraim nega que o DEM e o MDB estejam saindo do bloco do Centrão para criarem um novo bloco. Perguntado se outros partidos iriam sair do bloco para criar um novo grupo, o deputado disse não saber. "Tem várias conversas que eu não estou acompanhando", disse.

 

Na semana passada, o deputado Glaustin Fokus (PSC-GO) disse ao Correio que discute-se a formação de uma espécie de "grupo 2", descolado da figura de Arthur Lira. Há conversas entre o PSL, PSC e PROS neste sentido.

 

"A ideia é fazer um grupo, é fazer uma divisão. Trilhar o mesmo caminho (do PP), mas em um caminhão diferente, em ônibus diferentes. Mas continuando na base do governo", relatou. O parlamentar afirmou que ainda não havia nada certo, e que isso não era resultado de uma divisão de apoios – Correio Braziliense.

 

Segundo noticiou na notie desta segunda-feira (27) o Jornal Nacional, da rede Globo, juntos, MDB e DEM tem 63 votos na Câmara dos Deputados.

 

Carlos Magno

 

VEJA TAMBÉM:

Cheirar pum pode prevenir câncer, AVC, ataque cardíaco, artrite e demência, diz estudo de universidade do Reino Unido

- Assassinato de moradores de rua em Campina Grande-PB gera comoção: radialista faz artigo em homenagem a "Maria Suvacão"

- UEPB vai ganhar curso de Medicina no campus de Campina Grande. Veja detalhes

-
Cliente que passar mais de 20 minutos em fila de banco na Paraíba receberá indenização

- Jovem forja a própria morte para saber "quais pessoas se importariam com sua ausência" e vem a público pedir desculpas