A Secretaria de Comunicação da Presidência (Secom)
reproduziu em suas redes sociais nesta terça-feira, 1º, uma fala do presidente
Jair Bolsonaro de que "ninguém pode obrigar ninguém a tomar vacina".
Em fevereiro, no entanto, o próprio presidente sancionou lei que permite a
vacinação compulsória como forma de enfrentar a pandemia da covid-19. O
Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) também determina ser “obrigatória a
vacinação das crianças nos casos recomendados pelas autoridades sanitárias”.
Na postagem, a Secom também afirma que "o governo do
Brasil preza pela liberdade dos brasileiros". "O Governo do Brasil
investiu bilhões de reais para salvar vidas e preservar empregos. Estabeleceu
parceria e investirá na produção de vacina. Recursos para estados e municípios,
saúde, economia, TUDO será feito, mas impor obrigações definitivamente não está
nos planos", diz a legenda.
Na noite de segunda-feira, Bolsonaro foi abordado por uma
mulher que pediu ao governo a proibição da vacina contra a covid-19 por considerá-la
"perigosa" considerando o tempo que deve levar para ficar pronta.
Para a apoiadora, "em menos de 14 anos, ninguém pode colocar uma vacina no
mercado" e a solução seria proibi-la. "Ninguém pode obrigar ninguém a
tomar vacina", respondeu Bolsonaro na ocasião. A mesma frase foi usada
pela Secom ao divulgar a postagem nas redes sociais.
A declaração também vai de encontro ao esforço feito pelo
Ministério da Saúde em campanhas de vacinação. O motivo é a queda da cobertura
de imunização de diversas doenças. Uma das principais preocupações é sobre o
sarampo, doença erradicada no País até 2016. Em 2019 foram registrados mais de
18 mil casos. Neste ano, até 1º de agosto, cerca de 6,8 mil contaminações foram
confirmadas e cinco crianças morreram.
A doença é extremamente contagiosa e grave, principalmente
em crianças menores de cinco anos e pessoas imunodeprimidas. Em boletim sobre a
doença publicado neste mês, o ministério lembra que a transmissão ocorre “de
forma direta de pessoas doentes ao espirrar, tossir, falar ou respirar”.
“Evidenciando a importância da vacinação, conforme recomendações do Ministério
da Saúde”, afirma a pasta.
Em junho, o governo federal começou a participar de um
acordo de cooperação no desenvolvimento tecnológico e acesso do Brasil a uma
das vacinas em desenvolvimento para a covid-19. Considerada uma das mais
promissoras do mundo, a vacina é desenvolvida pela Universidade de Oxford e
pela AstraZeneca.
O acordo prevê a compra de lotes da vacina e da
transferência de tecnologia. Alguns Estados também firmaram acordos por outras
vacinas. São Paulo negocia a compra da Coronavac, droga desenvolvida pela
farmacêutica chinesa Sinovac. Já o Paraná, na semana passada, firmou um acordo
de cooperação com o Fundo Russo de Investimentos Diretos (RFPI, na sigla em
russo) para a realização de testes, produção e distribuição de vacina em
território brasileiro – Estadão.
Carlos Magno
VEJA TAMBÉM:
- Cheirar pum pode prevenir câncer, AVC,
ataque cardíaco, artrite e demência, diz estudo de universidade do Reino Unido
- Assassinato de moradores de rua em
Campina Grande-PB gera comoção: radialista faz artigo em homenagem a
"Maria Suvacão"
- UEPB vai ganhar curso de Medicina no campus de
Campina Grande. Veja detalhes
-Cliente que passar mais de 20 minutos em fila de
banco na Paraíba receberá indenização
- Jovem forja a própria morte para saber
"quais pessoas se importariam com sua ausência" e vem a público pedir
desculpas